OPERAÇÃO BOLSONARO

Tornozeleira em Bolsonaro gera onda de reações no Congresso

Decisão da Polícia Federal gera comemoração entre parlamentares da base governista e indignação na oposição

Bolsonaro é alvo de operação da PF nesta sexta (18/7).
Mandados estão sendo cumpridos na casa do ex-presidente e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL)

 -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Bolsonaro é alvo de operação da PF nesta sexta (18/7). Mandados estão sendo cumpridos na casa do ex-presidente e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL) - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A imposição de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e executada pela Polícia Federal, aprofundou o clima de polarização política no Brasil. Enquanto parlamentares da base governista comemoram a medida como o início da responsabilização do ex-presidente, aliados classificam a operação como injustificável e denunciam perseguição. Nas redes sociais, o embate ficou evidente.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) publicou vídeo afirmando que “Bolsonaro começa a ser responsabilizado por seus crimes contra o Brasil” e ironizou: “TOC TOC TOC. A Polícia Federal chegou com a tornozeleira. Não dá pra deixar esse criminoso fugir”.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), por sua vez, considerou a sexta-feira um “grande dia” e declarou que “quem tentou destruir a democracia agora enfrenta a Justiça”. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) reforçou: “A tentativa de golpe foi real. E quem atacou a democracia precisa ser responsabilizado com todo o peso da lei”.

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que apesar de todos terem direito ampla defesa e ao contraditório, ele apoia a decisão do Supremo. "Sobre o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, reitero que decisão do Supremo é para ser cumprida. Todos têm direito à ampla defesa e ao contraditório. Nossos poderes constituídos são independentes, e o Brasil é uma nação livre, soberana, democrática e que preza pelo diálogo com outras nações."

Já o senador Beto Faro (PT-PA) adotou um tom mais institucional. Ele disse ao Correio que prefere não emitir uma opinião direta, já que o caso envolve a liderança de um campo político com o qual o PT possui claras divergências e oposição histórica.

"Não queremos que pareça que estamos nos aproveitando da situação para atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro. O que posso afirmar é que o PT confia plenamente na Justiça brasileira. Se o Supremo Tribunal Federal determinou essas medidas cautelares, é porque há fundamentos jurídicos que as sustentam. Lamentavelmente, o ex-presidente Bolsonaro e seus filhos vêm atuando, ao longo do tempo, de maneira sistemática contra os interesses nacionais, o que é motivo de preocupação. Mas cabe ao STF julgar, com isenção e dentro dos marcos da legalidade, cada uma dessas condutas”, afirmou Faro.

Oposição

Por outro lado, opositores do governo acusaram a Justiça de abuso de poder. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) criticou: “Querem prender um homem de 70 anos, inocente”. Ela listou, em suas publicações, supostos casos de impunidade envolvendo figuras do atual governo. O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) classificou a operação como “injustificável” e alertou para o risco de agravamento da tensão política. “Bolsonaro sempre colaborou com a Justiça. Essa operação só aumenta a crise institucional”, escreveu.

De acordo com a decisão do STF Bolsonaro foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e está proibido de acessar redes sociais, uma de suas principais ferramentas políticas. Também foi impedido de manter contato com aliados, diplomatas e outros investigados.

A defesa do ex-presidente sustenta que ele nunca pretendeu deixar o país e sempre se colocou à disposição da Justiça. Aliados próximos avaliam que a decisão judicial possui “viés político” e foi adotada para “calar” Bolsonaro às vésperas de um possível agravamento das denúncias contra ele.

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postado em 18/07/2025 15:07 / atualizado em 18/07/2025 15:07
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