
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse a jornalistas, nesta terça-feira (22/7), que entende que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não descumpriu a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao falar com jornalistas na segunda (21).
“Ele tomou a decisão de não dar entrevista (coletiva) orientado por seus advogados. Na saída, eu não acho nem que aquilo é entrevista, na minha avaliação pessoal — tudo é relativo no Brasil ultimamente. Eu acho que foi mais um desabafo de alguém que pediu que ele mostrasse a tornozeleira, ele mostra e faz um desabafo”, disse o parlamentar.
“Nas cabeças de juízes brasileiros, a gente espera qualquer coisa. A defesa dele apresenta agora a sua defesa e a gente vai aguardar as decisões a posterior. Na minha avaliação, não foi uma entrevista”, pontuou Sóstenes Cavalcante.
A defesa do ex-presidente apresentou explicações sobre o episódio no fim da tarde desta terça. Os advogados disseram que Bolsonaro jamais teve a intenção de descumprir a determinação de Moraes sobre não utilizar as redes sociais (inclusive por meio de terceiros) e tem respeitado às restrições impostas pelo magistrado.
Os advogados do ex-mandatário também disseram que ele não cogitou uma proibição de dar entrevistas. Bolsonaro, no entanto, cancelou uma entrevista que daria a um portal de notícias no início da tarde por esse motivo.
Também deixou de participar de uma coletiva de imprensa na Câmara com deputados e senadores justamente por ter sido orientado pelos advogados a não falar, evitando um descumprimento das ordens de Moraes.
Parlamentares da oposição voltaram a se reunir na Casa Baixa nesta terça para discutir estratégias políticas. Com a proibição da realização de reuniões de comissões durante o recesso, no entanto, o movimento foi mais fraco que no dia anterior.
Mais cedo, pela manhã, o líder do PL criticou a proibição imposta pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). “A decisão de Hugo Motta é antirregimental e ilegal”, disse Sóstenes Cavalcante a jornalistas. “A censura começou com a caneta de Alexandre de Moraes e agora continua na Câmara”, disparou.
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