
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar com a imprensa na manhã desta quarta-feira (30/7), ao chegar à sede do Partido Liberal (PL), em Brasília. O ex-chefe do Executivo foi abordado por jornalistas que o questionaram sobre a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa ontem (29) em Roma, após ser incluída na lista vermelha da Interpol. Sem responder diretamente, Bolsonaro pareceu pensar cuidadosamente nas palavras.
"Tem censura no Brasil ou não?", indagou, antes de entrar no prédio acompanhado de seguranças. A frase reforça a narrativa de que é alvo de perseguição política e de ‘censura judicial’. Vale destacar que Bolsonaro, que cumpre medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não está proibido de dar entrevistas.
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O silêncio estratégico diante da prisão de Zambelli — figura próxima de seu círculo mais fiel — parece calculado, num momento em que o próprio Bolsonaro está na mira do Supremo.
Desde o último dia 18, o ex-presidente está obrigado a usar tornozeleira eletrônica e deve respeitar um rígido regime de recolhimento domiciliar: das 19h às 6h em dias úteis e durante todo o tempo nos fins de semana e feriados. Além disso, está proibido de utilizar redes sociais, comunicar-se com outros investigados — incluindo sua aliada Carla Zambelli — e aproximar-se de sedes diplomáticas.
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Carla Zambelli está presa na Itália, onde foi detida pela polícia local após fuga do Brasil. Ela foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão por participação em um esquema de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por inserir dados falsos em decisões judiciais — prática que viola frontalmente a integridade institucional do Judiciário. A deputada licenciada também é ré por porte ilegal de arma em outro processo, além de ter seu mandato cassado em janeiro.
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