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Lula relembra prisão e diz que não trocaria dignidade por liberdade

O presidente citou que à época em que estava preso não aceitou acordo para prisão domiciliar porque "minha casa não é cadeia". "Quem inventou a mentira contra mim, que me solte", disse

Em discurso marcado por emoção e firmeza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relembrou nesta quarta-feira (24/7) os 580 dias que passou preso em Curitiba, após ser condenado na Operação Lava-Jato. Diante de apoiadores, o petista criticou as circunstâncias de sua prisão, reforçou sua inocência e agradeceu à mobilização popular durante o período de reclusão.

"Foram na minha casa, na casa dos meus filhos, tiraram meu fogão para ver se tinha dinheiro e não encontraram nada, mesmo assim mandaram me prender", declarou o presidente, ao narrar o início da perseguição judicial que enfrentou. Lula contou que, à época, foi aconselhado a deixar o país. "Tinha gente que falava ‘Lula, vai para o exterior, vai para a embaixada’, mas eu dizia: um cara que passou fome até os 5 anos e sobreviveu não vai correr, não."

O presidente também afirmou que recusou um acordo que lhe permitiria cumprir pena em regime domiciliar. "Vieram me oferecer um acordo, para ir para casa com tornozeleira de aço", contou. "Primeiro que não tem acordo, porque eu não troco minha dignidade pela minha liberdade. Segundo, eu não vou colocar a tornozeleira, porque não sou pombo-correio. Terceiro que não vou ficar preso na minha casa, porque minha casa não é cadeia. Quem inventou a mentira contra mim, que me solte."

Lula emocionou a plateia ao relembra os apoiadores que se mantiveram mobilizados durante sua prisão. "E graças ao povo brasileiro, que ficou 580 dias na rua, na frente da Polícia Federal, gritando ‘bom dia Lula, boa tarde Lula e boa noite Lula’. Foi o povo brasileiro, o povo trabalhador e o povo mais bonito deste país", disse.

As declarações foram feitas durante o I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Sudeste, que reúne no município de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, lideranças quilombolas, autoridades do governo e representantes de ministérios ligados às áreas de educação, igualdade racial, direitos humanos e povos indígenas.

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