O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Donald Trump anunciar sanções contra o magistrado. Em nota publicada na noite desta quarta-feira (30/7) nas redes sociais, Lula condenou o que classificou como uma "interferência inaceitável" do governo dos Estados Unidos nos assuntos internos do Brasil.
"O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa. É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça Brasileira", escreveu.
Na mensagem, Lula afirma que o governo brasileiro se solidaria com Moraes, alvo de uma ofensiva que, segundo ele, foi motivada pela atuação de políticos brasileiros que, ao colaborarem com ações externas, "traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses". O presidente destacou que um dos pilares da democracia é a independência do Judiciário e alertou que qualquer tentativa de enfraquecer essa instituição representa uma ameaça ao regime democrático.
Lula afirmou ainda que “a lei é para todos” no Brasil, e que as plataformas digitais não estão isentas de propostas de regulamentação para combater a disseminação de conteúdos conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, e discursos contra os direitos humanos e a democracia.
Além da defesa ao Supremo, o presidente também rebateu medidas comerciais anunciadas pelo governo Trump que atingem exportações brasileiras. Segundo Lula, o Brasil tem acumulado, historicamente, um déficit comercial com os Estados Unidos, o que torna ainda mais injustificável o uso de argumentos políticos para sustentar restrições comerciais.
Tarifaço é ‘injustificável’
Além das sanções contra Moraes, aplicadas pela chamada Lei Magnitsky, o presidente também criticou a taxa de 50% imposta contra produtos brasileiros, que teve o decreto assinado, nesta quarta-feira, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“O governo brasileiro considera injustificável o uso de argumentos políticos para validar as medidas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano contra as exportações brasileiras”, enfatizou Lula, citando ainda que o Brasil possui um deficit comercial com os Estados Unidos, o que não justifica o aumento da taxação.
“O Brasil segue disposto a negociar aspectos comerciais da relação com os Estados Unidos, mas não abrirá mão dos instrumentos de defesa do país previstos em sua legislação”, frisou o chefe do Executivo.
O presidente disse ainda que, com a oficialização das tarifas, o governo já começou a avaliar o impacto econômico e a elaborar planos de proteção aos trabalhadores e às empresas brasileiras.
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