Congresso

Hugo Motta diz que governo falhou na articulação da CPMI do INSS

Presidente da Câmara explicou que brecha dos governistas possibilitou que siglas de oposição, também integrantes do chamado "blocão", substituíssem nomes e garantissem a maioria necessária para emplacar a presidência e a relatoria da comissão

Hugo Motta:
Hugo Motta: "O que aconteceu na CPMI foi uma posição estratégica dos partidos de oposição com os de centro" - (crédito: Júlio Dutra/Republicanos)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, nesta quarta-feira (27/8), que houve falha na articulação política do governo durante a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS. Segundo ele, a ausência de parlamentares governistas abriu espaço para que a oposição assumisse o controle da comissão.

“O que aconteceu na CPMI foi uma posição estratégica dos partidos de oposição com os de centro. E a articulação do governo, na minha opinião, falhou por não ter acompanhado que alguns parlamentares da base aliada não estariam presentes no momento da sessão. Quando houve a falta desses parlamentares, eles foram substituídos por outros parlamentares que estão no mesmo bloco partidário”, disse Motta durante o debate "Os Caminhos e Desafios da Reforma Administrativa", no evento Agenda Brasil: destravando o desenvolvimento, em Brasília.

Ele explicou que essa brecha possibilitou que siglas de oposição, também integrantes do chamado “blocão”, substituíssem nomes e garantissem a maioria necessária para emplacar a presidência e a relatoria da comissão.

A derrota foi considerada dura para o governo Lula. O senador Omar Aziz (PSD-AM), que era o único indicado à presidência da CPMI, acabou preterido e deu lugar ao senador Carlos Viana (Podemos-MG). Para suavizar o impacto, o deputado Duarte Jr. (PSD-MA), aliado do Planalto, foi escolhido como vice-presidente do grupo.

Ainda assim, o episódio provocou uma crise. Ontem (26), a federação PT, PCdoB e PV anunciou a saída formal do bloco liderado por Hugo Motta. A decisão, publicada no Diário Oficial da Câmara, expôs as fissuras no grupo, formado em fevereiro para a eleição da Mesa Diretora e que chegou a reunir 475 dos 513 deputados.

Imposto de Renda

Motta também comentou a tramitação do projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda. Para o deputado, a tendência é de manutenção do texto aprovado na comissão.

“O texto deve ser mantido no plenário. Nós vamos sim enfrentar destaques. Sempre em um momento como este, pré-eleitoral, as iniciativas para aumentar a ‘bondade do pacote’ com certeza nós deveremos enfrentar, mas eu penso que a Câmara será muito responsável para que possamos conceder esta isenção para quem recebe até R$ 5 mil e parcial para quem ganha até R$ 7,5 mil. E eu espero que ao final possamos ter a neutralidade mantida e a proposta aprovada com a Câmara colaborando para fazer justiça social”, afirmou.

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Por Wal Lima
postado em 27/08/2025 11:42 / atualizado em 27/08/2025 11:43
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