O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) criticou a postura da oposição bolsonarista diante da paralisação das atividades no Congresso Nacional e defendeu que os líderes da Câmara encaminhem os parlamentares envolvidos ao Conselho de Ética. Ele falou ao Correio nesta quarta-feira (6/8), durante o Fórum Saúde 2025, promovido pela Esfera Brasil e pela farmacêutica EMS.
Para o parlamentar, a oposição age de maneira antidemocrática ao ocupar as mesas diretoras da Câmara e do Senado como forma de pressionar por anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes. “É lamentável. A oposição tem demonstrado que tem seguido, literalmente, o seu líder, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que não tem apreço e não tem respeito pelas instituições”, afirmou.
Na avaliação do petista, o grupo responsável pela obstrução é uma minoria “radicalizada” e sem legitimidade para travar o funcionamento do Parlamento. “Isso aí é uma minoria da minoria, dentro do bolsonarismo radicalizado, de extrema-direita, que não são propositivos e não contribuem com o desenvolvimento do país. […] A instituição será retomada e nós vamos continuar construindo o Brasil que todos os brasileiros e brasileiras esperam de nós”, disse.
Reginaldo Lopes demonstrou confiança na capacidade de articulação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e defendeu medidas contra quem descumpre o regimento.
“Estou muito confiante na mediação do presidente Hugo Motta. Nós temos que retomar os trabalhos, as comissões e fazer esse enfrentamento. E aqueles que não respeitarem a liturgia, o regimento, devem ser encaminhados imediatamente para a Comissão de Ética, porque o Parlamento tem regras e essas éticas têm que ser respeitadas, disse ele, complementando, “que parte da base do Bolsonaro está fazendo é um desrespeito de toda a sociedade e de respeito à instituição, o Parlamento”, afirmou à reportagem. “Ao fim e ao cabo, eles estão desrespeitando o povo brasileiro.”
O evento reuniu ministros, empresários, parlamentares e autoridades dos Três Poderes para debater estratégias para o fortalecimento da indústria da saúde. Participaram o vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Alexandre Padilha (Saúde), Gilmar Mendes (STF), Antonio Anastasia (TCU), além do presidente da Câmara, Hugo Motta, e o secretário da Reforma Tributária, Bernard Appy.
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