
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), iniciado nesta terça-feira (2/9), tem mobilizado não apenas o Judiciário, mas também o Congresso. Enquanto ministros analisam denúncias de tentativa de golpe e outros crimes relacionados ao 8 de janeiro de 2023, a oposição articula a aprovação de uma proposta de anistia aos investigados pelos atos.
Ao Correio, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu a iniciativa e afirmou que o tema já conta com apoio expressivo na Câmara. “A pauta de anistia é temporal até que ela seja pautada e aprovada. O julgamento do Bolsonaro só fortalece esse pedido, até mesmo porque é um julgamento já de cartas marcadas, onde já está se preparando uma cela, sem ter um julgamento. Isso gera uma insegurança jurídica enorme, não somente para um ex-presidente, mas para tudo que ele representa”, declarou.
Segundo o parlamentar, já há um requerimento de urgência com mais de 300 assinaturas para acelerar a tramitação da proposta. Ele classificou a anistia como “uma pauta majoritária” e como um passo necessário para a pacificação política. “É um preço muito barato a anistia. Espero que seja aprovada e a gente está trabalhando para isso”, afirmou.
A defesa da medida se soma a movimentos recentes de lideranças da oposição, como Luciano Zucco (PL-RS), Carol de Toni (PL-SC) e Marcel Van Hattem (Novo-RS), que, em reunião, criticaram o andamento dos processos judiciais e cobraram que a pauta seja levada ao plenário ainda nesta semana. No Senado, o tema também ganhou reforço durante o depoimento do ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro, que apresentou acusações sobre a condução de operações judiciais.
Enquanto isso, o STF prossegue com o julgamento de Bolsonaro e de outros acusados, em um processo que deve se estender pelos próximos dias.