
O relator do processo de cassação de Carla Zambelli (PL-SP) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), afirmou nesta quarta-feira (10/9) que a sessão desta semana representou "um passo importante" na instrução do caso, que se tornou inédito pelo fato de a parlamentar estar fora do país e presa na Itália.
“Essa primeira oportunidade de ouvirmos a testemunha foi possível graças ao diálogo com a Embaixada do Brasil na Itália, o Ministério de Relações Exteriores e outros órgãos. Damos um passo importante e espero que a gente consiga seguir agora na mesma celeridade”, disse Garcia.
O relator explicou que o rito da comissão foi adaptado para garantir que Zambelli pudesse participar virtualmente e fazer perguntas aos depoentes. “Ao final, ela será ouvida diretamente pelos parlamentares. Tanto eu como relator, quanto deputados de governo e de oposição poderão fazer perguntas a ela”, destacou.
Diego Garcia detalhou ainda o calendário das próximas etapas, que inclui quatro pedidos de oitiva ainda pendentes, com testemunhas indicadas pela defesa e um delegado da Polícia Federal. “Acredito que na próxima semana a gente consiga ouvir essas testemunhas. Depois, seria, teoricamente, a deputada Carla Zambelli. Ouvindo a deputada, encerramos este momento da instrução e seguimos para a apresentação do meu parecer”, afirmou.
O deputado disse que a previsão é que a votação da cassação na CCJ ocorra em outubro, dependendo do andamento das diligências e da análise de novos pedidos da defesa. “Se tudo transcorrer bem, será possível até o final de outubro”, acrescentou.
Durante a coletiva, o advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi, reiterou críticas ao depoimento do hacker Walter Delgatti, considerado contraditório, e afirmou que não há provas de envolvimento da deputada na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “A defesa foi totalmente cerceada. Não tivemos acesso a 700 gigabytes de informações que embasaram a condenação da deputada”, disse.
Pagnozzi também comentou sobre a situação da parlamentar na Itália. “Ela está muito mal, em um local onde não fala a língua, não pode ver a família, não tem acesso à internet. Mas está confiante na justiça. Nunca foi contra vir ao Brasil, desde que tenha direito à defesa e ao recurso”, afirmou.
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