
Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a dois anos de reclusão em regime aberto. Desde que firmou acordo de delação premiada, em setembro de 2023, Cid vem sendo alvo de críticas por parte da família de Jair Bolsonaro (PL) e aliados do ex-presidente.
Em delação, Mauro Cid confirmou que presenciou o planejamento da trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Segundo o delator, Bolsonaro queria encontrar uma "fraude" nas urnas eletrônicas para convencer os comandantes das Forças Armadas a aderirem ao plano para reverter o resultado das eleições de 2022.
A coloboração do ex-ajudante de ordens foi importante durante as investigações que levaram à acusação e à condenação de Bolsonaro e outros réus do chamado "Núcleo 1". Durante o julgamento da trama golpista, os advogados de defesa dos réus contestaram a delação de Mauro Cid.
O advogado Paulo Cunha Bueno, que representa a defesa de Bolsonaro, disse que a delação de Cid "não deveria existir" e chamou o militar de "mentiroso". No entanto, a colaboração do ex-ajudante de ordens foi validada pela maioria da Primeira Turma do STF.
Na sexta-feira (12/9), a defesa de Cid pediu ao STF a extinção da punibilidade do militar. Os advogados também solicitaram que Cid deixe de usar tornozeleira eletrônica, o desbloqueio de seus bens e a devolução dos passaportes.
A defesa argumenta que Cid ficou preso preventivamente durante as investigações e já cumpriu a pena. “Considerando [que] a pena imposta foi de dois anos, e que, Mauro Cid está com restrição de liberdade havidos mais de dois anos e quatro meses, entre prisão preventiva e as cautelares diversas da prisão, desde maio de 2023, extinto está, fora de toda dúvida, o cumprimento da pena”, dizem os advogados.
Segundo a Folha de S.Paulo, Mauro Cid avalia se mudar para os Estados Unidos, onde um irmão e a filha mais velha dele moram. O ex-ajudante de ordens também considera se capacitar para dar aulas e prestar consultorias sobre as Forças Armadas.
Em referência a essa informação de que Cid pode se mudar para os Estados Unidos, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-SC) mandou um recado, na sexta-feira (12/9), para Mauro Cid após o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ser condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão em regime inicialmente fechado. "Parabéns pelo que fez na história brasileira, Mauro Cid", ironizou Carlos Bolsonaro.
Condenação
Com exceção do deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, sete réus foram condenados pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
No caso de Alexandre Ramagem, a parte relativa a fatos ocorridos após sua diplomação como deputado federal, em dezembro de 2022 (dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado), está suspensa até o término do mandato.
Confira as penas dos integrantes do "Núcleo 1"
- Jair Bolsonaro: 27 anos e 3 meses
- Braga Netto: 26 anos
- Almir Garnier: 24 anos
- Anderson Torres: 24 anos
- Augusto Heleno: 21 anos
- Paulo Sérgio Nogueira: 19 anos
- Alexandre Ramagem: 16 anos, um mês e 15 dias
- Mauro Cid: 2 anos (regime aberto)
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Com informações da Agência Brasil*
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