
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que estava internado desde terça-feira (16/9) após um mal-estar súbito em casa, recebeu alta nesta quarta-feira (17/9) com o diagnóstico de câncer de pele em fase inicial. Exames realizados nas oito lesões retiradas de sua pele no domingo (14) apontaram que duas delas, localizadas no braço e no tórax, eram carcinomas de células escamosas "in situ".
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Para entender esse tipo de câncer, o Correio ouviu o dermatologista Rodrigo Goudart. Ele explica que o câncer nesse estágio ainda está restrito à camada mais superficial da pele. "In situ significa que ainda não invadiu os tecidos mais profundos e nem se espalhou. É um estágio inicial e, quando tratado cedo, as chances de cura são muito altas."
O câncer de pele, especialmente nesta fase, costuma estar relacionado à exposição solar acumulada ao longo da vida. Pessoas com pele clara, cabelos loiros ou ruivos e olhos claros têm maior risco, já que possuem menos melanina, pigmento natural de proteção da pele.
O dermatologista lembra ainda que o carcinoma de células escamosas tende a aparecer em áreas mais expostas ao sol, como rosto, braços, mãos, couro cabeludo e colo. Áreas sensíveis, como lábios e orelhas, também são vulneráveis.
Além das lesões confirmadas, Bolsonaro apresentava outras alterações na pele, classificadas como queratoses actínicas. “Elas não são câncer, mas podem evoluir para um carcinoma se não forem acompanhadas”, explica. Essas lesões aparecem como áreas ásperas, avermelhadas ou descamativas, geralmente em regiões expostas ao sol, e devem ser observadas de perto pelo dermatologista.
O oncologista Márcio Almeida acrescenta que a retirada completa das lesões garante altas chances de cura, embora novas lesões possam surgir em outras áreas da pele, devido ao acúmulo de dano solar. O acompanhamento inclui consultas periódicas, geralmente a cada 3 a 12 meses, revisão das cicatrizes, dermatoscopia das áreas de risco e cuidados com fotoproteção. “Mesmo que a remoção seja completa, novas lesões podem surgir devido ao dano solar acumulado, é o que chamamos de ‘cancerização de campo’”, explica.
Diferentes tipos de câncer
Existem ainda outros tipos de câncer de pele, são eles:
- Carcinoma basocelular (CBC): o mais comum, cresce devagar e raramente metastatiza;
- Carcinoma espinocelular (CEC): inclui a forma in situ e a invasiva; a invasiva pode metastatizar em alguns casos, especialmente se negligenciada;
- Melanoma: menos frequente, mas o mais agressivo, com alto risco de metástase; detectar cedo é crucial.
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