ESCÂNDALO DO INSS

CPMI avança na apuração de fraudes bilionárias no INSS

Comissão deve ouvir nesta segunda-feira (22/9) ex-diretor ligado ao "Careca do INSS"

Costa foi convocado por 11 requerimentos distintos, entre eles o do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL) -  (crédito:  Ed Alves CB/DA Press)
Costa foi convocado por 11 requerimentos distintos, entre eles o do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL) - (crédito: Ed Alves CB/DA Press)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) volta a se reunir nesta segunda-feira (22/9), às 16h, para ouvir Rubens Oliveira Costa, apontado como ex-sócio de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Antunes é acusado de comandar um esquema que desviou bilhões de reais em descontos indevidos de aposentados e pensionistas.

Costa foi convocado por 11 requerimentos distintos, entre eles o do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O parlamentar sustenta que o depoente teve participação direta nas operações financeiras de empresas controladas por Antunes, como a Acca Consultoria Empresarial, considerada peça central no esquema. Segundo Gaspar, Costa também aparece como sócio de pessoas que teriam recebido recursos desviados de entidades associativas.

Na última quinta-feira (18), a CPMI ouviu Milton Salvador de Almeida, que sucedeu Costa no cargo de diretor financeiro das empresas de Antunes. Salvador admitiu ter operado pagamentos e notas fiscais sob ordem direta do “Careca”, movimentando valores de até R$ 10 milhões por mês. Ele alegou desconhecer a natureza ilícita das operações e disse só ter tomado consciência do esquema após a chegada da Polícia Federal ao escritório em que trabalhava.

Apesar de negar vínculo societário com Antunes, Salvador confirmou que Costa foi seu antecessor no cargo e que ambos chegaram a atuar juntos por um curto período. O relato reforçou a expectativa dos parlamentares em relação ao depoimento marcado para esta segunda-feira.

Convocado na condição de testemunha, Costa tentou mudar sua situação processual. Por meio de seus advogados, solicitou ser ouvido como investigado, alegando que isso lhe garantiria o direito de permanecer em silêncio diante do risco de autoincriminação. O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que afirmou não haver previsão legal ou regimental para a alteração.

A investigação parlamentar ocorre em paralelo às apurações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, que estimam em R$ 6,3 bilhões o total desviado por meio de descontos fraudulentos nos benefícios previdenciários. O escândalo já levou à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à renúncia do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

  • Google Discover Icon
postado em 22/09/2025 10:22
x