Congresso Nacional

Zé Trovão acusa empresário de mentir e cobra prisão em sessão da CPMI do INSS

Deputado afirma que Rubens Oliveira Costa está no "epicentro do maior roubo da história do Brasil" e questiona saque de R$ 947 mil apontado pela Polícia Federal.

"Tudo o que estou dizendo está embasado em relatórios e documentos da Polícia Federal e da própria CPMI", afirmou Zé Trovão - (crédito: Bruno Spada / Câmara dos Deputados)

O deputado Zé Trovão (PL-SC) protagonizou um dos momentos mais tensos da sessão da CPMI do INSS, nesta segunda-feira (22/9). Durante a oitiva do Rubens Oliveira Costa, o parlamentar acusou o empresário de mentir aos membros da comissão e de estar diretamente envolvido no desvio de recursos que seriam destinados a aposentados e pensionistas.

“Eu não vou admitir aqui, de maneira nenhuma, advogado ser histérico quando nós estamos fazendo o nosso papel. Independente se o senhor Rubens está aqui como investigado ou testemunha, a obrigação do Parlamento é desvendar o maior roubo da história do Brasil. Eu não sou criança para ficar ouvindo mentiras. Tudo o que estou dizendo está embasado em relatórios e documentos da Polícia Federal e da própria CPMI”, afirmou Zé Trovão.

O parlamentar cobrou explicações sobre um saque em espécie de R$ 947 mil, atribuído a Rubens pelas investigações. “Foi perguntado a ele diversas vezes e eu reitero: o senhor fez um saque de R$ 947 mil? Para onde levou esse dinheiro? A quem entregou esse montante? O senhor entregou diretamente ao ‘Careca’ do INSS?”, questionou.

Zé Trovão destacou que, segundo os documentos em posse da comissão, Rubens estaria formalmente ligado a uma rede de empresas usadas como veículos para o desvio de recursos do sistema previdenciário. “O senhor disse que fazia parte de um quadro de empresas, mas são cinco. Todas elas estão ligadas a movimentações milionárias. E a Advocacia-Geral da União já bloqueou mais de R$ 23,8 milhões relacionados a essas firmas”, completou.

Em tom inflamado, o deputado reforçou a gravidade das acusações, afirmando que a Polícia Federal não inventaria provas, pois é uma entidade de credibilidade. “O senhor está no epicentro de um escândalo que lesa aposentados e pensionistas. Há provas documentais. O que o senhor está fazendo aqui é vergonhoso para o senhor e para o Brasil. Se conseguir provar o contrário, pedirei desculpas publicamente. Mas até aqui, diante de tudo que tenho em mãos, o senhor está mentindo. E se depender do meu voto, sairá preso desta comissão”, concluiu.

A defesa pediu mais um recesso de 30 minutos. Nos corredores, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI do INSS, declarou que não fez ameaça de prisão. “Eu não faço ameaça. Já fiz o pedido, mas a decisão depende do colegiado”, disse ele, frisando que o empresário é responsável e faz parte do grupo que fraudou o INSS.

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postado em 22/09/2025 20:23
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