
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), líder da legenda no Senado Federal, não titubeia ao defender a federalização entre o MDB e o Republicanos. “Sou a favor. Quem não federalizar vai ficar isolado no processo político”, afirmou Braga, nesta terça-feira (23/9), em evento organizado pelo Instituto Esfera sobre reforma tributária.
Segundo ele, essa é a tendência atual da política e vem ocorrendo com vários partidos, como o PT e legendas da esquerda e, recentemente, entre o União Brasil e o Partido Progressista, formando a União Progressista.
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“Eu creio que um partido do tamanho do MDB e da relevância que o Republicano adquiriu só engrandeceria e fortaleceria o Congresso Nacional, havendo a aliança entre os partidos”, afirmou o parlamentar para a plateia de empresários e executivos convidados. Ele ressaltou que a federalização não é uma fusão, e, portanto, os dois partidos continuam com as suas características e identidades.
“O MDB tem lideranças regionais muito fortes e não tem, hoje, um líder que represente o MDB de forma homogênea”, afirmou, em resposta sobre a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para a Presidência da República em 2026. “Haverá certamente uma disputa interna”, afirmou.
Braga ainda relembrou que a ex-senadora e ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, “representou muito bem o MDB e fez com que o partido fosse decisivo nas eleições de 2022, garantido uma retomada do processo democratico e do respeito institucional”. “Mas isso não depende só da minha opinião, e de um conjunto e de situações”, afirmou.
Reforma tributária
O parlamentar foi relator da proposta de regulamentação da reforma tributária no Senado e afirmou que está com “perspectiva otimista” para a aprovação da matéria que trata do Comitê Gestor e da regulamentação da implementação dos dois novos tributos sobre consumo: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de âmbito federal, e o Imposto de Bens e Serviços (IBS), de âmbito regional, que passou em pela na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no plenário do Senado, amanhã (24/9).
“A CCJ recepcionou bem a forma e o relatório foi aprovado em três horas, vis a vis a votação da emenda constitucional que durou 14 horas”, comparou. O parlamentar ressaltou o fato de a reforma tributária ser a primeira mudança do sistema de tributos do país feita em um regime democrático. “As outras foram em regime de exceção”, disse, acrescentando que o grande fiscal dessa reforma será o consumidor.
Na visão dele, um dos principais impactos da reforma vai ser a redução do contencioso tributário, que hoje é de R$ 5 trilhões. “Vamos ter uma redução gigantesca no contencioso e na sonegação, porque há uma mudança de competência ninguém vai ter direito a crédito se não pagar o imposto vamos ter um planejamento fiscal mais sofisticado do que é hoje”, disse Braga. “Acho que a arrecadação vai aumentar e, ela aumentando, como tem uma trava na Emenda Constitucional 132 para a carga tributária diminuir. Não tem jeito”, afirmou.
O senador ainda rebateu críticas à proposta e frisou que, no momento, é importante aprovar para que o período de transição transcorra normalmente, a partir do próximo ano. “Vamos ver se funciona antes de remendar”, enfatizou. Para ele, 2026 vai ser um ano de teste dessa reforma “e as autuações terão caráter pedagógico”.
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