
Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, ouvido nesta quinta-feira (25/9) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, negou qualquer responsabilidade sobre a fiscalização das entidades e associações ligadas ao setor. Em sua fala, ele buscou se desvincular diretamente da gestão operacional e dos cadastros de beneficiários.
Ele afirmou não saber e não ter responsabilidade sobre o número de associados que tinha cada entidade. “Eu não tenho responsabilidade sobre a fiscalização de cada idoneidade em cada associação. Nós estamos vivendo uma era digital. A capacidade e a capilaridade dos meus serviços prestados estão vinculadas diretamente a uma rede de desconto credenciada, fruto de longos anos, mostrando que nós temos a capacidade de trazer novos associados, novos consumidores. Esse é o primeiro erro”, afirmou.
O depoente também declarou que jamais atuou na estruturação de sistemas de informação. “Eu não tenho, nunca tive participação alguma, até pelo meu histórico profissional, de formatação, de banco de dados, quer seja ele associativo ou não. Eu vou mostrar aqui ao senhor essas fragilidades que a Previdência brasileira enfrenta”, acrescentou.
A CPMI do INSS foi instalada para investigar denúncias de fraudes, irregularidades e esquemas de desvio de recursos no sistema previdenciário. O depoimento de Antunes ocorre em meio à apuração sobre a atuação de associações e empresas ligadas ao setor, e deve servir para esclarecer o papel de intermediários no acesso a benefícios e descontos. Pela manhã, a sessão chegou a ser suspensa, após parlamentares e os advogados de Careca se desentenderem.
Os parlamentares insistem sobre o crescente número de associados de um ano para o outro. Questionam, inclusive, a autoconfiança do depoente, afirmando que Antônio foi muito bem treinado por seus advogados.
O deputado federal a Luiz Lima (Novo- RJ), parabenizou, em tom irônico, o grupo de advogados pelo trabalho “bem feito”. “Eles estão certos, estão fazendo o papel deles, mas isso é assustador. O depoente disse que não existe rede de contato com políticos, pois é “grupo seleto e que não tem acesso”, declarou.
Antônio Carlos Camilo Antunes confirmou que o sistema era muito frágil, mas reiterou que não tem o conhecimento em "bandidagem", em fraudar documentos. “Eu não tenho essa inteligência”, enfatizou.
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