
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, declarou nesta segunda-feira (29/9) que a população não deve votar “em homens que não respeitam as mulheres”, citando as eleições de 2026. Ela lamentou os casos de violência política que as mulheres ainda sofrem em cargos de poder.
A titular da pasta também afirmou que o Brasil não pode voltar a ter um governo autoritário, que desfaça a participação popular e desrespeite as mulheres. Também lamentou que a desigualdade salarial e a violência, incluindo o feminicídio, ainda sejam desafios no país.
- Leia também: Márcia Lopes assume Ministério das Mulheres com discurso de reconstrução e combate às desigualdades
“No ano que vem nós teremos eleições, e nós não podemos votar em hipótese nenhuma em homens que não respeitam as mulheres. A gente tem visto isso no espaço da política, da Câmara Federal, em vários espaços as mulheres são aviltadas nos seus direitos”, declarou a ministra a jornalistas durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (CNPM).
“As mulheres são ofendidas por serem mulheres. Tem homens, infelizmente, que não se conformam com a mulher autônoma”, acrescentou.
Márcia também defendeu que o país não pode viver outro período autoritário e sem participação social, citando o encerramento dos conselhos de participação social no governo passado, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Um governo que não ouve as mulheres, não tem o mínimo respeito e que não respeita e não cumpre o que está na Constituição de 1988”, enfatizou.
Desafios para mulheres
A 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (CNPM) começou hoje e vai até quarta-feira (1º/10). O evento vai definir as prioridades para políticas públicas voltadas para as mulheres, como o combate à violência doméstica e suporte às vítimas, garantia de trabalho e igualdade salarial, combate à discriminação e à violência política, entre outras.
O evento ocorre após um hiato de 10 anos. A última conferência foi realizada em 2015, ainda durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). A edição nacional do encontro é um resultado de cerca de três mil reuniões municipais, estaduais e regionais. Cerca de quatro mil mulheres participam da conferência nesta semana.
Questionada sobre os desafios que as mulheres ainda enfrentam no Brasil, a ministra Márcia Lopes mencionou a diferença salarial em relação aos homens, apesar da Lei da Igualdade Salarial, sancionada em 2023, mas que ainda enfrenta dificuldades em sua implementação.
“Vamos fazer uma reunião com lideranças sindicais. Vamos tentar mobilizar todas as lideranças, os parlamentares, os governadores, os prefeitos, para que a gente de fato coloque essa lei em prática. Já avançamos, mas ainda temos muito a avançar”, declarou a ministra.
Feminicídio
Márcia lamentou ainda os casos de violência contra mulheres, e citou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará durante o evento uma lei para proteger filhos de vítimas de feminicídio.
“Para mim, cada vez que eu ouço mais um anúncio de um feminicídio, é uma derrota. É uma derrota da democracia, é uma derrota de quem tem liderança no Brasil”, disse a ministra.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Política
Política
Política