ENTREVISTA

'Não fui preso, fui sequestrado', diz Temer sobre prisão preventiva em 2019

Temer também falou sobre o que faria se estivesse no lugar de Hugo Motta, líder da Câmara pressionado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro

O ex-presidente Michel Temer comentou, nesta segunda-feira (15/9), sobre a prisão preventiva dele em março de 2019, como desdobramento da Operação Lava Jato. “Eu não fui preso, fui sequestrado. A prisão se dá quando alguém é indiciado pela Polícia Federal, com indício de crime, vai para o Ministério Público, que denuncia, e a denúncia é ou não recebida pelo Judiciário. No meu caso, não houve nada”, disse Temer em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

A prisão de Temer ocorreu porque investigações apontaram que ele liderava uma organização criminosa voltada para desvios de dinheiro. Ele ficou preso por quatro dias.

Temer também foi questionado sobre se ele se sentia "injustiçado" por ser acusado de conspirar pelo impeachment da ex-presidente Dilma, do qual ele era vice. “Não me sinto injustiçado. A oposição é assim mesmo. Fora a posição daqueles que tentaram me derrubar do governo e não conseguiram, eu passei a faixa”, afirmou. O ex-presidente disse que gostaria de ficar conhecido na história como "reformista". 

Anistia

Além disso, Temer também defendeu que os Três Poderes e representantes da oposição se reúnam para debater a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Perguntado sobre o que faria se estivesse no lugar de Hugo Motta, líder da Câmara que vem sendo pressionado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, Temer declara que a questão deveria ser submetida ao Colégio de Líderes e que o impasse da anistia dependeria de um “grande pacto nacional”.

“Se os poderes todos se reunissem, se chamasse oposição, se chamasse entidades da sociedade civil, você teria pelo menos um gesto, digamos, de civilização e política”, afirma. 

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