
O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou nesta segunda-feira (15/9) que a convocação de familiares de investigados se deve a escolhas feitas pelos próprios réus no curso das apurações. O parlamentar defendeu que os seis nomes que serão chamados para depor na próxima quinta-feira (18/9) têm vínculos claros com operações financeiras suspeitas.
“Não foi a CPMI quem expôs essas pessoas, foram os próprios investigados que as colocaram no sistema criminoso. Eles trouxeram os familiares para o esquema, e agora eles precisam testemunhar”, disse Gaspar. Ele reforçou que todos os convocados comparecerão como testemunhas, e não como investigados, o que obriga a presença na comissão.
Entre os casos destacados pelo relator estão as movimentações financeiras de Tânia Carvalho, esposa de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", que teria utilizado R$ 3 milhões em espécie para a compra de uma casa em Brasília. O filho, Romeu Carvalho, também será ouvido por ser sócio em empresas que, segundo Gaspar, receberam recursos desviados de associações ligadas ao INSS.
A esposa de Maurício Camisotti, Cecília Montalvão, foi incluída na lista por participar como sócia em empresa com movimentações bancárias que ultrapassariam R$ 300 milhões. Já o advogado Nelson Williams será questionado sobre sua suposta participação em transações financeiras investigadas, ainda que, na condição de testemunha, não figure oficialmente como investigado.
Gaspar destacou que a CPMI não tem interesse em disputas ideológicas, mas em esclarecer os desvios contra aposentados e pensionistas. “O Brasil não quer saber de ideologia A ou B, quer saber quem roubou os aposentados. Nosso trabalho é de domingo a domingo para dar uma resposta à sociedade”, afirmou.
O relator também criticou a decisão do STF de conceder habeas corpus que permitiu a ausência de Camilo na sessão. “A Constituição garante o direito de ficar calado, mas não o de escolher se comparece ou não. A CPMI está cumprindo seu papel e seguirá firme em busca da verdade”, concluiu.
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