A sessão da CPMI do INSS desta quinta-feira (25/9) teve início marcado por tensão e chegou a ser suspensa temporariamente depois que o depoente Antônio Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, se recusou a responder às perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Antes da oitiva, o investigado leu um longo pronunciamento no qual alegou perseguição política, desmentiu acusações e defendeu a legalidade de suas atividades empresariais.
No discurso, Antunes afirmou ter colaborado com as autoridades desde o início das investigações, entregando passaporte, comparecendo a atos judiciais e mantendo endereço atualizado. Ele também negou ter tentado obstruir apurações, alegando que sua prisão preventiva foi baseada em “premissas equivocadas” e em informações falsas prestadas por um ex-parceiro comercial.
“O denominado ´Careca do INSS´ não reflete quem eu sou, tampouco condiz com a minha história de trabalho, de resiliência e de dedicação ao empreendedorismo”, declarou, em tom de desabafo. O investigado também criticou a imprensa e disse ser vítima de uma “narrativa fantasiosa”.
Apesar de prometer colaboração, Antunes encerrou a fala afirmando que, por orientação da defesa e para resguardar seu direito constitucional, não responderia às perguntas dos parlamentares. O posicionamento gerou confusão entre deputados e levou o advogado Nelson Wilians a intervir em defesa de seu cliente, o que motivou a suspensão momentânea da sessão.
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Os trabalhos, no entanto, foram retomados. A oitiva segue com o relator insistindo nas perguntas ao investigado, que permanece em silêncio. Entre os questionamentos estão temas ligados à atuação de sua empresa, a suspeitas de descontos indevidos em benefícios previdenciários e à relação com associações envolvidas no esquema investigado.
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