O depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, nesta quinta-feira (25/9), transformou-se em um embate direto com o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO). O parlamentar adotou um tom inflamado e afirmou que seria “o mais educado” com o depoente, mas cobrou explicações sobre a origem de contratos, recebimentos e o suposto envolvimento em esquemas de descontos irregulares em benefícios previdenciários.
“O senhor quer que eu lhe chame de Antônio Carlos ou de 'Careca do INSS'?”, começou. "O correto é Antônio", respondeu o investigado. "Eu vou considerar que, de repente, lá no final, o senhor será responsabilizado por tudo. Em algum momento, sua consciência pesou?”, questionou Chrisóstomo, em tom incisivo.
O parlamentar citou empresas e nomes ligados ao caso, indagando sobre recebimentos e estruturas societárias. “Onde suas empresas estão localizadas? O povo brasileiro quer saber. Toque no seu coração, caso o senhor tenha alguma coisa para falar. Jogue aberto. Tem muito velhinho que teve o pouco dinheiro roubado, tirando a saúde deles”, disse o deputado.
Antunes respondeu de forma evasiva e, por vezes, em tom considerado de deboche, afirmando que possui uma ampla documentação capaz de comprovar a legalidade de suas atividades. “O serviço foi prestado. Cada ligação tem gravação e Pix enviado quando foi o motivo do cancelamento. O que faltou às pessoas aqui é a verdade do documento. Eu tenho 18 milhões de páginas de documentos que podem ser auditados por quem quiser”, rebateu.
Em tom irônico, ele disse que não foi treinado para dar suas declarações e que lamenta os últimos depoentes, ouvidos na CPMI. “Sinto muito por elas, as testemunhas que vieram aqui e titubearam. Eu não fui treinado para estar aqui. Estou sendo investigado e tenho documentos e vou provar minha inocência”, disse.
O deputado insistiu para que o depoente aproveitasse a oportunidade de esclarecer os fatos. “O senhor tem a oportunidade de explicar tudo, esclarecer tudo e contar com o nosso apoio para dizer a verdade. Pelo que apuramos, o senhor não é a cabeça, é o meio. Se o senhor explicar o mecanismo da fraude, o destino do dinheiro, tenho certeza que sairá daqui com um grande alívio. Não estamos brincando de fazer CPI, estamos trabalhando sério. O Brasil precisa saber a verdade”, reforçou Chrisóstomo. Em tom irônico, o empresário comentou “eu também quero saber”.
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