Superior Tribunal Militar

Verônica Abdalla Sterman toma posse como nova ministra do STM

Tribunal militar passa a ter duas mulheres na composição. Ministra ocupa a vaga aberta após a aposentadoria de José Coêlho Ferreira

O Superior Tribunal Militar (STM) empossou, nesta terça-feira (30/9), a advogada Verônica Abdalla Sterman como nova ministra. Ela assume a vaga destinada à advocacia, aberta com a aposentadoria do ministro José Coêlho Ferreira em abril deste ano. Com isso, a instituição passa a ter duas mulheres na composição. Em março, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha tomou posse como presidente da Corte.

A indicação de Verônica Abdalla Sterman foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 8 de março, data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, e confirmada pelo Senado Federal, após sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e votação em Plenário, que registrou 51 votos favoráveis e 16 contrários.

A análise do Senado foi marcada pelos questionamentos e críticas do senador Carlos Portinho (PL-RJ). Ele se dirigiu a Sterman de forma ríspida e a acusou de ter mentido ao afirmar que tem mestrado, porque não concluiu o trabalho final. O parlamentar também afirmou que Verônica Abdalla não deveria ter o nome aprovado por não ter “proximidade com a Justiça militar” ao longo da sua trajetória.

Em resposta, Verônica explicou que interrompeu o mestrado porque fez a qualificação enquanto estava em uma gravidez de risco e com o pai internado, com câncer. "Fiz a banca entre uma internação e outra", disse ela, que decidiu, então, interromper o curso.

Ela contou que consultou o professor que a orientava no mestrado para ver como poderia colocar essa informação no currículo, de mestrado "sem conclusão com a tese de defesa".

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A cerimônia de posse foi marcada por ampla representatividade institucional. Estiveram presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, além de outros integrantes da Corte como Dias Toffoli e Cristiano Zanin.

Também compareceram os ministros da Defesa e da Justiça, José Múcio Monteiro e Ricardo Lewandowski, respectivamente, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, parlamentares e lideranças da sociedade civil. Entre elas, destacaram-se representantes da União das Mulheres Advogadas e da Coalizão Nacional de Mulheres, reforçando o caráter simbólico da nomeação.

Perfil

Com 41 anos, Verônica Sterman construiu a trajetória profissional na advocacia criminal. Formada em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), tem especialização em direito penal econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A nova ministra também concluiu pós-graduação na mesma área pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), em parceria com a Universidade de Coimbra, em Portugal.

Ao longo de quase duas décadas de atuação, se destacou em processos de direito penal e processual penal, consolidando uma carreira reconhecida entre pares da advocacia. Sua experiência prática, aliada à sólida formação acadêmica, foi ressaltada tanto na defesa de sua indicação pelo governo quanto durante a sabatina no Senado.

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