
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, avaliou nesta segunda-feira (6/10), que a ligação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump foi “bastante positiva”. Segundo Alckmin, a conversa foi “melhor até do que nós esperávamos”, marcada por um tom amistoso e pela disposição de ambos os lados em avançar nas relações bilaterais.
“Foi muito positiva, como o presidente Trump reiterou. Boa química, conversa proveitosa, e é claro que agora teremos os seus desdobramentos, com conversas entre o próprio presidente Lula e o presidente Trump, que, aliás, até trocaram seus telefones pessoais”, afirmou o vice-presidente em conversa com os jornalistas.
De acordo com Alckmin, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio como interlocutor americano nas próximas tratativas. Alckmin destacou que a expectativa do governo brasileiro é de avanços concretos na negociação comercial, especialmente em relação às tarifas impostas sobre produtos brasileiros.
“O presidente Lula destacou a disposição do Brasil para o diálogo e para a negociação. São 201 anos de amizade entre o Brasil e os Estados Unidos. E reiterou também que, entre os países do G20, só três — Reino Unido, Austrália e Brasil — têm superávit com os EUA. Então, não há nenhuma razão para ter uma tarifa extra de mais 40%”, disse.
Questionado sobre uma possível redução tarifária no curto prazo, Alckmin preferiu cautela, mas reforçou o otimismo: “Eu acho que foi uma reunião extremamente positiva e que vai ter próximos passos importantes. Vamos aguardar”, disse. O vice-presidente revelou ainda que Lula manifestou descontentamento com as sanções e restrições de vistos impostas a autoridades brasileiras, tema também abordado na conversa. “O presidente Lula colocou que as sanções aos ministros, questão dos vistos e tal, não é justa. Mas foi uma conversa boa, descontraída, proveitosa, longa — foram 30 minutos".
Encerrando a entrevista, Alckmin resumiu o espírito da ligação ao afirmar que o Brasil aposta em uma relação de “ganha-ganha” com os Estados Unidos, baseada em investimentos recíprocos e equilíbrio nas condições comerciais. “Nós somos muito otimistas aí que vamos avançar para o ganha-ganha, com investimentos recíprocos e equacionamento na questão tarifária”, pontuou.
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A ligação, de cerca de meia hora, foi o primeiro contato direto entre Lula e Trump desde o reencontro dos dois em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU. Segundo o governo brasileiro, novos passos deverão ser definidos a partir do diálogo entre as equipes econômicas dos dois países.
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