MP dos Investimentos

Governo pode contingenciar até R$ 10 bi em emendas se MP não passar

Senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) diz que a Fazenda tem opções para compensar a frustração de arrecadação, mas culpa oposição por "adiantar disputa eleitoral"

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (foto) também culpou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) por articular contra a MP
       -  (crédito: Carlos Moura/Agência Senado)
Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (foto) também culpou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) por articular contra a MP - (crédito: Carlos Moura/Agência Senado)

Prestes a perder a validade, a Medida Provisória (MP) arrecadatória do governo de Luiz Inácio Lula da Silva ainda não tem os votos necessários para ser votada no plenário da Câmara nesta quarta-feira (8/10) e o governo já ameaça contingenciar valores bilionários em emendas parlamentares caso o texto não passe.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que o governo pode contingenciar de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões para ajustar as contas. Disse também que o Ministério da Fazenda tem um “arsenal” de opções fiscais para os próximos meses, embora essas medidas não sejam a primeira opção do Planalto.

“Se não for aprovada, o que não falta no ambiente do Ministério da Fazenda são opções. Tem um arsenal de opções lá. A opção mais vantajosa é essa, porque é na lógica do programa de governo do presidente Lula: colocar o rico no imposto de renda e isentar os pobres de pagamento”, afirmou a jornalistas.

Randolfe reconheceu a dificuldade dos líderes do governo tanto na Câmara quanto no Senado de costurar um acordo para aprovar o texto em ambas as Casas. Também agradeceu ao empenho dos presidentes da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

O senador, no entanto, não poupou críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que tem sido apontado por parlamentares como um dos grandes articuladores contra a proposta. Como potencial rival de Lula em 2026, não interessa ao governador mais espaço livre no orçamento da União em ano eleitoral.

“Vamos trabalhar até o último momento para a aprovação da medida provisória. Mas o que está em jogo não é o mérito da MP, é uma ação de sabotagem do Brasil coordenada pelo senhor Tarcísio de Freitas, dentre outros personagens”, disse Randolfe.

“Eu acho que ele teria coisa mais importante para se preocupar. Não tem plano de segurança pública em São Paulo, me parece que não tem problema de pedágio em São Paulo, me parece que não tem problema de metanol em São Paulo. Aliás, de metanol ele até disse que não tem, né?”, disparou o líder do governo no Congresso.

Sem desistência

Randolfe destacou, ainda, que o governo vai trabalhar até o fim para votar a MP, mesmo que ela seja derrotada no plenário. O objetivo é deixar claro, segundo ele, “as digitais” daqueles que querem que a proposta seja derrubada.

“Nós precisamos da impressão digital daqueles que querem sabotar o Brasil. Essa é uma daquelas votações que dizem quem usa bandeira verde e amarela e quem usa a bandeirinha listrada”, afirmou.

“Se tem uma coisa que nós não estamos acostumados a fazer é fugir da luta. Se eles querem pautar a luta política, vamos pautá-la. Se eles querem que bets não paguem impostos, eles querem que bilionários não paguem impostos, eles querem que fintechs — inclusive envolvidas com o PCC — não paguem impostos. Nós queremos que o povo não pague imposto. Essa é a nossa diferença”, pontuou Randolfe.

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postado em 08/10/2025 17:06 / atualizado em 08/10/2025 17:09
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