
Tônia se disse indignada com o que chamou de "tentativa de criminalizar o trabalho" de sua família e de "matar o mensageiro" - (crédito: Carlos Moura/Agência Senado Fonte: Agência Câmara de Notícias)
Nesta segunda-feira (20/10), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Tônia Andrea Inocentini Galletti, ex-integrante do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), rebateu as acusações de envolvimento em um suposto esquema de recebimento indevido de comissões. Ela afirmou que todos os valores pagos ao seu escritório e a familiares decorreram de trabalho legítimo. “O advogado trabalha e recebe. Dezessete mil processos não são meia dúzia. Esses valores foram muito negociados, poderiam ser muito maiores”, declarou.
A oitiva foi marcada por embates com o relator da CPMI, que citou pagamentos superiores a R$ 11 milhões a Tônia e ao marido, além de valores que teriam sido destinados a outros parentes. Tônia reagiu de forma enfática: “Se todos esses valores estivessem na minha conta, a Polícia Federal teria apreendido carrões na minha casa. O que apreenderam foi um Civic 2020 e um Renault Kardian que juntos não chegam a R$ 250 mil. Tenho uma vida completamente compatível com o meu Imposto de Renda e com o meu trabalho”, afirmou.
A ex-integrante também se disse indignada com o que chamou de “tentativa de criminalizar o trabalho” de sua família e de “matar o mensageiro”. Tônia apontou que desde 2019 vem denunciando irregularidades no setor e agora é tratada como culpada. “Eu sou cascuda, dou conta do recado. Mas estão matando o mensageiro. Tiram do cidadão a coragem de denunciar a corrupção. Quando dizem que minha família recebeu milhões, esquecem que minha família trabalhou. Pode-se discutir moralidade, mas não se pode falar em crime onde há trabalho”, declarou emocionada.
Durante a audiência, Tônia enfatizou que não houve fraude nos contratos com sindicatos e que possui provas documentais para sustentar as declarações. “Eu tenho 85 mil procurações no meu nome, em nome dos associados do sindicato. Foram 17 mil processos e dezenas de milhares de atendimentos. O sindicato não é de mentira, não cometeu fraude, e eu tenho documentos que provam isso”, afirmou.
A ex-dirigente também citou números para defender a legitimidade dos serviços prestados pela equipe. De acordo com ela, entre os 250 mil segurados que contestaram as associações, 45 mil utilizaram farmácias conveniadas 320 mil vezes, o que demonstraria a efetividade dos benefícios administrados pelos sindicatos. “Esses dados mostram que havia serviço prestado e gente beneficiada. Não dá para dizer que é tudo de mentira”, acrescentou.
Tônia reafirmou que pretende levar o caso às últimas consequências para provar a inocência. “Podem falar que eu sou chata, feia, o que quiserem. Mas que eu não trabalhei, isso eu não admito. Vou até o fim para provar. Porque o que está em jogo aqui não é só minha reputação, é a coragem de quem tenta fazer o certo e acaba sendo punido por isso”, concluiu.
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Por Alícia Bernardes
postado em 20/10/2025 22:25

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