Jacarta

Pix pode inspirar comércio em moedas locais de países do Brics, diz Lula

Em discurso a empresários do Brasil e da Indonésia, petista citou o mecanismo de pagamento criticado pelos Estados Unidos e voltou a denunciar a imposição unilateral de tarifas no comércio exterior

Fórum realizado em Jacarta reuniu empresários do Brasil e da Indonésia, e foi organizado como parte da visita oficial de Lula ao país asiático. -  (crédito:  Ricardo Stuckert/PR)
Fórum realizado em Jacarta reuniu empresários do Brasil e da Indonésia, e foi organizado como parte da visita oficial de Lula ao país asiático. - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta quinta-feira (23/10) o Pix como método de pagamento que pode inspirar alternativas para o comércio internacional em dólar entre países do Brics. Além do Pix, o petista usou como exemplo o Qris, modelo de pagamento eletreônico desenvolvido pela Indonésia — também membro do bloco.

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O chefe do Executivo participou hoje de um fórum empresarial em Jacarta, capital da Indonésia, último compromisso do dia no país asiático, cujo fuso horário está 10 horas à frente de Brasília. Lula está em visita oficial à Indonésia, onde fica até amanhã (24).

"No âmbito dos Brics, o Pix brasileiro e o Qris, da Indonésia, oferecem modelo de sistema de pagamentos eficazes e acessíveis que podem inspirar medidas que facilitarão o comércio em moedas locais entre países do bloco. Esse movimento também faz parte de uma estratégia mais ampla do Brasil de diversificar parcerias e facilitar o comércio", discursou o presidente Lula durante o evento.

A movimentação dos Brics para criar modelos de comércio que não dependam do dólar é o principal motivo para as críticas e sanções impostas pelos Estados Unidos a países do bloco. O presidente norte-americano, Donald Trump, chegou a ameaçar alíquotas de 100% contra os países-membro, o que ainda não ocorreu.

Além disso, o Pix é alvo de uma investigação aberta pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), que acusa o método de pagamento de ser prejudicial à economia americana, reduzindo o uso das bandeiras de cartão de crédito, por exemplo, algo que o governo brasileiro nega.

Em seu discurso, o petista também voltou a criticar o tarifaço de Trump, sem citar os EUA ou o republicano. A fala ocorre dias antes da primeira reunião entre os dois presidentes, agendada para domingo (26) na Malásia.

"Como a Indonésia, o Brasil se opõe a medidas unilaterais e coercitivas que destroem o comércio e limitam a integração econômica", frisou o petista.

Acordo Mercosul-Indonésia

No evento, criado para incentivar o diálogo entre empresários dos dois países e atrair investimentos para o Brasil, Lula também disse que quer avançar na negociação de um tratado entre o Mercosul e a Indonésia, como forma de alavancar o comércio.

"Ampliar a integração das nossas economias é uma escolha que se provou acertada. Em dezembro de 2023, na última presidência brasileira do Mercosul, fechamos um acordo com Singapura. Durante a nossa atual presidência, até o final do ano, vamos avançar nas tratativas para um acordo de comércio preferencial Mercosul-Indonésia", enfatizou.

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postado em 23/10/2025 10:10 / atualizado em 23/10/2025 11:52
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