
A reunião da CPMI do INSS desta terça-feira (28/10) registrou seu primeiro desentendimento. O deputado Zé Trovão (PL-SC) e o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão mista, debateram sobre a relevância do depoimento do piloto Henrique Traugott Binder Galvão, ouvido como testemunha nas investigações sobre fraudes contra aposentados e pensionistas.
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Durante a sessão, Zé Trovão criticou a convocação de Galvão, argumentando que o piloto não poderia ser responsabilizado por eventuais crimes ligados aos passageiros que transportou. “Um piloto de avião não pode ser criminalizado. Ele não questiona quem embarca, apenas cumpre seu trabalho. Acredito até que o senhor pode ter levado malas e malas de dinheiro sem saber, mas não pode ser acusado de de ter cometido nenhum crime”, argumentou o parlamentar. Segundo o bolsonarista, Henrique é “apenas um piloto” e não tem muito o que colaborar com a investigação.
Ainda na opinião do político catarinense, a comissão deveria concentrar esforços em ouvir pessoas diretamente ligadas às fraudes e aos desvios de recursos. “Estamos perdendo tempo. Precisamos quebrar sigilos e ouvir quem realmente desviou milhões”, apontou.
A fala foi rebatida por Carlos Viana, que defendeu a importância do depoimento do piloto para a apuração dos fatos. Segundo ele, em investigações complexas, até as informações aparentemente pequenas podem se revelar decisivas. “Às vezes, um detalhe que parece ‘perdi meu tempo’ é justamente a chave para entender toda a trama. O depoimento do senhor Henrique pode nos embasar nos próximos passos”, reforçou o senador.
Viana destacou ainda que o trabalho da CPMI exige paciência e método. “A investigação é um exercício de construção.[…] A Polícia Federal já nos deu a direção, agora caminhar, fazer a nossa investigação, é o que nós estamos fazendo com ele aqui ”, insistiu.
O clima entre os parlamentares expôs a diferença de visão dentro da própria comissão. Enquanto parte dos membros cobra celeridade e foco nos principais suspeitos, outros defendem a necessidade de ouvir todas as pontas da rede de relações que sustentou o esquema de desvio de recursos do INSS.
A oitiva de Henrique Galvão, que negou conhecer os envolvidos e afirmou nunca ter transportado dinheiro, segue para reta final sem nenhuma desdobramento que o ligue diretamente aos envolvidos. Logo mais será ouvido o empresário Domingos Sávio de Castro.
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