Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta segunda-feira (20/10), a advogada Tonia Andrea Inocentini Galleti, assessora jurídica do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), contestou o relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que apontou que mais de 262 mil pessoas não reconheciam os descontos associativos realizados pelo sindicato. “Não é verdadeiro, é simples dizer”, declarou.
A advogada, que foi questionada sobre o alerta feito ao então ministro da Previdência, Carlos Lupi, também rebateu os números da auditoria. Segundo Galleti, parte dos aposentados citados como vítimas da cobrança irregular teria, na verdade, vínculo ativo com a entidade. “Das 262 mil pessoas que contestaram, 15 mil teriam dado procurações para aderirem a ações coletivas do sindicato”, afirmou.
Ela acrescentou ainda que cerca de 45 mil beneficiários que contestaram os descontos continuaram utilizando os serviços oferecidos pelo Sindnapi. “Essas pessoas usaram 320 mil vezes a farmácia com desconto mesmo após a contestação”, disse. Para a advogada, isso demonstra que os dados da CGU não refletem a realidade do vínculo associativo.
Durante a oitiva, Galleti afirmou que o sindicato vem recebendo diversas ligações de aposentados preocupados com seus processos. “Os telefones do departamento jurídico não param de tocar. Há pessoas indo até o sindicato para devolver o dinheiro que o INSS lhes devolveu”, relatou. A advogada ressaltou que o Sindnapi tem prestado assistência jurídica e administrativa a todos os filiados.
“Eu quero ver esse trabalho que eles fizeram. Eu só acredito vendo essa pesquisa que dizem ter feito com 245 mil pessoas. Mas eu não acredito de jeito algum que isso foi realizado”, completou, ao se referir à auditoria da CGU.
O suposto esquema de descontos irregulares em aposentadorias foi revelado em abril, após uma operação conjunta da Polícia Federal e da CGU. A CPMI do INSS investiga a atuação de sindicatos e associações que teriam realizado cobranças indevidas sem autorização dos beneficiários.
