Belém

Interesses egoístas preponderam sobre bem comum, diz Lula na Cúpula da COP30

Em discurso na Cúpula da COP, Lula afirmou ainda que "forças extremistas" mentem sobre o impacto das mudanças climáticas para obter vantagens políticas

Segundo Lula, a ação climática é vítima do
Segundo Lula, a ação climática é vítima do "jogo de soma zero" que ocorre atualmente nas relações internacionais - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira (6/11) a falta de ação entre os países para combater as mudanças climáticas, e disse que "interesses egoístas imediatos preponderam sobre o bem comum de longo prazo" no atual cenário mundial.

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Ele discursou durante a abertura da Cúpula da COP30, em Belém, no Pará, que reúne chefes de Estado e líderes das delegações internacionais para iniciar as negociações da Conferência do Clima. Lula voltou a citar ainda que a COP30 será "a COP da verdade".

"O regime climático não está imune à lógica de soma zero que tem prevalecido na ordem internacional. Em um cenário de insegurança e desconfiança mútua, interesses egoístas imediatos preponderam sobre o bem comum de longo prazo", declarou o presidente. Ele foi o primeiro chefe de Estado a falar.

Em seu discurso, Lula citou que 2024 foi o primeiro ano em que a temperatura média do planeta ultrapassou 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, marca considerada como um ponto sem retorno para a ocorrência de eventos climáticos extremos mais frequentes.

O chefe do Executivo citou ainda que, segundo relatório de emissões das Nações Unidas, o planeta pode chegar a um aumento de até 2,5ºC até 2100.

"Segundo o Mapa do Caminho Baku-Belém, as perdas humanas e materiais serão drásticas. Mais de 250 mil pessoas poderão morrer a cada ano. O PIB (Produto Interno Bruto) global pode encolher até 30%. Por isso, a COP30 será a COP da verdade", disse Lula.

"É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la", acrescentou.

'Forças extremistas fabricam inverdades'

Em outro ponto de seu discurso, Lula argumentou que é preciso aproximar as discussões que ocorrem no nível diplomático, entre autoridades, das necessidades da população.

"As pessoas podem não entender o que são emissões ou toneladas métricas de carbono, mas sentem a poluição. Podem não compreender o que são sumidouros de carbono ou reguladores climáticos, mas reconhecem o valor das florestas e dos oceanos", enfatizou.

Além disso, voltou a citar que recursos que deveriam ser usados no combate às mudanças climáticas são utilizados em guerras e conflitos entre países, e que há extremistas que mentem sobre o cenário atual para obter vantagens políticas.

"Forças extremistas fabricam inverdades para obter ganhos eleitorais e aprisionar as gerações futuras a um modelo ultrapassado que perpetua disparidades sociais e econômicas e degradação ambiental", frisou o presidente Lula.

Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam a atenção e drenam os recursos que deveriam ser canalizados para o enfrentamento do aquecimento global. Enquanto isso, a janela de oportunidade que temos para agir está se fechando rapidamente", emendou.

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postado em 06/11/2025 13:15
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