SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Bia Kicis critica prisão de Bolsonaro e pede urgência para anistia

Em entrevista na porta da Polícia Federal na manhã deste sábado, a deputada federal Bia Kicis acusou o Judiciário de abuso de autoridade e falta de provas

Bia Kicis:
Bia Kicis: "Bolsonaro, não vamos te abandonar. Nunca te abandonamos. É um tapa na cara dos brasileiros que querem justiça, que lutam pela verdade" - (crédito: Raphaela Peixoto/CB/D.A.Press)

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) classificou como “absurda” e “imoral” a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso na manhã deste sábado (22/11). Em declarações à imprensa, na entrada da Superintendência da Polícia Federal, a congressista afirmou que o episódio representa um “abuso de autoridade” e reforçou que, em sua visão, o processo contra o ex-presidente carece de provas.

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Segundo a parlamentar, Bolsonaro havia pedido autorização para receber visitas de deputados e líderes religiosos, quando teria sido surpreendido com a nova ordem de prisão. Kicis afirmou ter ido ao local para prestar solidariedade. “Estou aqui para mostrar ao presidente, à família e ao Brasil que estou firme com ele e que não aceito essa injustiça”, disse, acrescentando preocupação com a saúde do ex-presidente.

A deputada sustentou que a ação contra Bolsonaro seria parte de um “verdadeiro golpe”. Para ela, não houve violação da tornozeleira eletrônica, motivo que embasou a ordem de detenção. Kicis argumentou que falhas em dispositivos semelhantes já ocorreram e atribuiu a acusação a uma “narrativa” construída contra o ex-presidente. “Bolsonaro poderia ter deixado o Brasil, mas escolheu ficar e lutar aqui dentro”, declarou.

Kicis também fez duras críticas a integrantes do Judiciário. Ao ser questionada sobre declarações de uma autoridade judicial sobre acampamentos ligados ao bolsonarismo, afirmou: “Ele já deixou de ser juiz há muito tempo. Ele é um ditador”.

A parlamentar negou qualquer relação entre o cerco policial na casa de Bolsonaro e a fuga do ex-deputado Federal Alexandre Ramagem, que está foragido. Para ela, Ramagem é alvo de perseguição política. Kicis voltou a acusar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de ignorarem prerrogativas constitucionais do Congresso no processo contra o ex-diretor da Abin.

Pressão por anistia

Aliada próxima de Bolsonaro, Kicis afirmou que a prisão deve intensificar a pressão da oposição pela votação do PL da Anistia na Câmara. Segundo ela, a proposta não se limita ao ex-presidente, mas abrange “muitas outras pessoas” que, na sua avaliação, têm enfrentado punições desproporcionais.

Em defesa da anistia, Kicis recorreu a argumentos históricos, mencionando casos de perdão concedidos a grupos armados durante o período da Constituinte e o voto favorável do então deputado Luiz Inácio Lula da Silva naquele contexto. Ela classificou como “miséria” a resistência atual ao tema.

A deputada encerrou suas declarações com uma mensagem dirigida ao ex-presidente: “Bolsonaro, não vamos te abandonar. Nunca te abandonamos. É um tapa na cara dos brasileiros que querem justiça, que lutam pela verdade”.

Kicis disse ainda ter tentado contato com Michelle Bolsonaro para verificar se a ex-primeira-dama estava em Brasília e afirmou que ainda não havia conversado com o líder da oposição, deputado Sóstenes Cavalcante, para definir os próximos passos no Congresso.

Entenda a prisão

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22/11), na casa dele, no Jardim Botânico, em Brasília. Ele está detido agora na Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, onde aguarda audiência de custódia, marcada para este domingo.

A prisão é preventiva, sem prazo determinado, e foi solicitada pela Polícia Federalao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido.

A prisão preventiva de Bolsonaro não tem relação direta com a condenação na trama golpista, mas, sim, com a quebra reiterada de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo os investigadores, o ex-presidente mexeu na tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado, violou regras de monitoramento, manteve contatos proibidos e estimulou movimentações políticas mesmo sob restrições.

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postado em 22/11/2025 09:55 / atualizado em 22/11/2025 12:15
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