
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, participou da cerimônia de sanção da nova lei do Imposto de Renda, realizada nesta quarta-feira (26/11) no Palácio do Planalto. Ao discursar, ela classificou a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil como “uma das mais importantes vitórias” do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao lado do petista, Gleisi afirmou que a medida vai muito além de um reajuste técnico da tabela. Para ela, representa “uma vitória do povo brasileiro” e o início de um processo necessário de correção das desigualdades no sistema tributário nacional. A nova regra também prevê redução do imposto retido na fonte para rendas de até R$ 7.350.
“A lei que está sendo sancionada hoje, aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado, é um resgate do compromisso do presidente Lula com o povo brasileiro”, disse a ministra. Ela lembrou que o então candidato, ainda na campanha de 2022, prometeu isentar contribuintes que recebem até R$ 5 mil por mês e corrigir uma tabela que permaneceu congelada por seis anos.
Gleisi criticou duramente o efeito desse congelamento. Segundo ela, a falta de atualização elevou em 31% a carga tributária sobre trabalhadores, resultando em “um confisco (…) de R$ 63 bilhões tomados dos trabalhadores e demais contribuintes”. Ao destacar que Lula reajustou a tabela já no primeiro ano de governo, ela defendeu que a sanção desta quarta-feira completa o cumprimento da promessa feita em 2022.
Cobrança sobre os mais ricos
Além de alcançar a isenção para a faixa de até R$ 5 mil, a nova lei também altera a tributação sobre contribuintes com rendas mais elevadas. A ministra afirmou que cerca de 40 mil brasileiros do topo da pirâmide passarão a recolher mais imposto, o que, segundo ela, aproxima o país de um sistema mais equilibrado.
“Nunca foi justo cobrar 27,5% do salário de uma professora ou de um enfermeiro, enquanto rendimentos acima de R$ 50 mil pagavam proporcionalmente menos e lucros e dividendos permaneciam isentos”, disse. Para Gleisi, o novo modelo atinge diretamente os “muito ricos”, e isso só foi possível com o trabalho da equipe econômica liderada pelo ministro Fernando Haddad.
Em tom de homenagem, ela afirmou que Lula “entra novamente para a História como quem mais isentou de imposto o povo brasileiro”. A ministra também agradeceu aos presidentes das duas Casas Legislativas, Hugo Motta (Republicanos-PB), da Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP), do Senado, pela aprovação unânime da proposta.
A nova lei será aplicada já na próxima declaração do Imposto de Renda e deve alcançar milhões de trabalhadores. Para o governo, a sanção não apenas concretiza um compromisso de campanha, mas também inaugura um ciclo de debates mais amplos sobre justiça tributária no país — tema que a ministra definiu como central para enfrentar a “chaga da desigualdade histórica” brasileira.
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