
O dirigente sindical aproveitou o ato para criticar a atual taxa básica de juros praticada pelo Banco Central, classificando-a como "escorchante". - (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, classificou nesta quarta-feira (26/11) a sanção da nova lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil como uma “conquista histórica” da classe trabalhadora.
Em discurso direcionado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Nobre afirmou que a medida representa a vitória de uma pauta defendida há décadas pelo movimento sindical.
“Em nome de toda a classe trabalhadora, agradeço ao presidente Lula por essa conquista histórica”, disse. Segundo ele, a ampliação da faixa de isenção é um “passo gigantesco” rumo à justiça tributária e reforça o compromisso de um presidente de origem sindical com um país “mais justo, democrático e soberano”.
Sérgio Nobre ressaltou que o impacto da nova lei será sentido de maneira concreta já no início do próximo ano. De acordo com ele, a isenção representará, na prática, “um mês a mais de salário” para milhões de trabalhadores, funcionando como um “décimo quarto salário”. Ao injetar mais renda nas famílias, afirmou, o efeito será positivo sobre consumo, produção e criação de empregos.
Crítica à taxa de juros
O dirigente sindical aproveitou o ato para criticar a atual taxa básica de juros praticada pelo Banco Central, classificando-a como “escorchante”. Ele anunciou que, no dia 9 — data da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) — centrais sindicais vão ocupar as portas das sedes do BC em todo o país para exigir a redução imediata da Selic.
“Existe um descompasso enorme entre a taxa de juros praticada e a inflação no Brasil. Até economistas de direita reconhecem isso”, declarou.
Nobre disse ainda que, em fevereiro, quando os trabalhadores receberem o primeiro holerite sem o desconto do Imposto de Renda, haverá “festa nas fábricas”. Segundo ele, a CUT e demais entidades planejam transformar o mês em um período de comemoração nacional pela conquista, com ações em portas de fábricas, locais de trabalho e comunidades.
Bandeiras
O líder sindical também voltou a defender pautas que considera estratégicas. Ele lamentou que a isenção da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) não tenha sido incluída na nova legislação, mas afirmou esperar “quem sabe, no Primeiro de Maio”, um aceno do governo nessa direção.
Além disso, reiterou bandeiras históricas do movimento sindical, como a redução da jornada semanal para 40 horas, o fim da escala 6x1 e a ampliação da proteção social e trabalhista para trabalhadores de aplicativo.
Encerrando o discurso, Sérgio Nobre parabenizou Lula pelo governo e reafirmou a disposição das centrais para continuar mobilizadas. “A luta faz a lei”, concluiu, citando o também dirigente sindical Miguel Torres.
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postado em 26/11/2025 13:03

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