A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, nesta quarta-feira (12/11), o julgamento do núcleo 3 da chamada trama golpista — o grupo é acusado de planos de monitoramento e execução de autoridades. A defesa do policial federal Wladimir Matos Soares concentrou sua argumentação na ausência de liame probatório — provas de crimes diferentes não se conectam quando não há relação de interferência ou prejudicialidade entre elas — e na ineficácia da investigação policial.
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Sérgio William Lima, advogado de Wladimir, argumentou que o caso se apoia apenas em “falas drásticas”, mas carece de provas que conectem o réu à execução de crimes ou a uma organização criminosa. O agente da PF está respondendo por integrar uma organização criminosa armada, comunhão de desígnios, abolição do Estado Democrático de Direito e tentativa de depor um governo democraticamente eleito.
“Será que essas falas, por si só, são suficientes para condenar? Será que essas falas, por si só, são suficientes não só para condenar, mas para condenar a tantos anos? Será que essas falas, por si só, são suficientes para condenar por crimes tão graves? Com essas falas, (Wladimir) foi um cidadão capaz de abolir o Estado democrático de direito? É isso que me preocupa”, questionou.
Outro ponto trazido pela defesa do réu é que, além das conversas interceptadas, não existem elementos probatórios que vinculem Wladimir a atos preparatórios ou à uma suposta organização criminosa. A defesa insistiu que a denúncia é “genérica” e “fragmentada”, e que foi baseada apenas em áudios de conteúdo “drástico e pesado”, mas que seriam insuficientes para configurar os crimes imputados.
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