O ex-deputado estadual fluminense Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) junto com 14 pessoas por crimes como tráfico internacional de drogas, comércio ilegal de armas de fogo e munições, contrabando de equipamentos antidrone, corrupção ativa e passiva. Segundo os investigadores, ele seria integrante do núcleo político do Comando Vermelho, responsável por se infiltrar nos poderes Legislativo e Executivo do estado do Rio de Janeiro com o objetivo de proteger os interesses econômicos da facção por meio de conexões políticas. O ex-parlamentar conseguiu se aproximar, inclusive, do governador Cláudio Castro, a pretexto de levar melhorias para localidades dominadas pelo CV.
A denúncia do MPF foi encaminhada ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). TH Joias está preso desde setembro por ligações com o Comando Vermelho. Ele também foi denunciado pelo Ministério Público do estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), entregue ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
No grupo de denunciados pelo Ministério Público Federal, constam os nomes de, entre outros, Alessandro Pitombeira Carracena, ex-secretário estadual de Defesa do Consumidor; Gustavo Stteel, delegado da Polícia Federal (PF); Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, ex-assessor parlamentar de TH Joias, além de traficantes que fazem parte do CV e da facção Terceiro Comando Puro, policiais militares fluminenses e servidores.
A conexão de TH Joias com o crime organizado ficou mais evidente depois que uma conversa entre ele e Dudu foi interceptada. Nela, sugere arranjar um cargo em comissão no funcionalismo para a filha do traficante Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, um dos fundadores da facção Amigos dos Amigos (ADA).
O ex-deputado também teria relacionamento próximo com Luciano Martiniano de Souza, o Pezão, um dos chefes do tráfico no Complexo do Alemão e também denunciado pelo MPF. As investigações apontam que TH Joias forneceria bloqueadores de sinais para que os faccionados derrubassem drones da polícia.
Na denúncia do MP-RJ, TH Joias é apontado como um colaborador do CV. "Contribuiu para o crime de associação para o tráfico de drogas, porque, de forma estável e permanente, realizou a intermediação da compra e venda de drogas, armas de fogo e equipamentos antidrones, bem como efetuou pagamentos ao Comando Vermelho. (...) Após a posse no cargo de deputado estadual, que ocorreu em 12/06/2024, o denunciado Thiego Raimundo passou a utilizar o mandato para favorecer a facção criminosa".
A defesa do ex-deputado afirma que a acusação do MP-RJ "não se sustenta porque se lastreia tão somente em mensagens de WhatsApp. O que conecta o Thiego a qualquer vínculo escuso com qualquer malta é através de mensagens de WhatsApp".
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