Anistia

Lindbergh rebate Sóstenes e diz que anistia 'não será pautada' na Câmara

Líder do PT afirma que qualquer tentativa de votar anistia ou redução de penas após a prisão de Bolsonaro seria "loucura" e criaria uma nova crise institucional

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), reagiu nesta terça-feira (25/11) à declaração do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), de que seguirá trabalhando para colocar a anistia de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em votação. Para Lindbergh, a medida não tem ambiente político nem jurídico para avançar e não será pautada pela presidência da Casa.

“Eu não acredito, de forma nenhuma, que seja votado amanhã ou pautado pelo presidente da Câmara. Seria chamar o Parlamento para uma crise que não é nossa, depois de um julgamento independente do Supremo Tribunal Federal”, declarou.

Em meio a um dia que classificou como "histórico", marcado pela prisão de Bolsonaro e de generais envolvidos na tentativa de golpe, o petista também cobrou o afastamento imediato do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ele afirmou ter acabado de oficiar a Mesa Diretora com base em decisão expressa do ministro Alexandre de Moraes. “A gente está oficiando a Mesa agora, porque tem a decisão que pede o afastamento. É expresso. Queremos que a Mesa se reúna para tirar o mandato do deputado Ramagem”, disse.

Lindbergh também afirmou esperar que, caso o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seja transformado em réu, a Câmara não utilize o Colégio de Líderes para trancar o andamento da ação penal. “Hoje tudo indica que Eduardo vai virar réu. Nosso apelo é que a Câmara não entre por aquele caminho de travar o processo”, afirmou.

Lindbergh classificou a prisão de Bolsonaro como um marco inédito desde a Proclamação da República. “Em 136 anos, tivemos 15 golpes de Estado e ninguém foi preso. É a primeira vez que temos generais golpistas e um presidente da República envolvidos naquele atentado contra a democracia presos de forma definitiva”, afirmou. O deputado prestou homenagem aos mortos, torturados e desaparecidos da ditadura e lembrou Rubens Paiva, cuja família nunca viu os responsáveis punidos.

O deputado também comparou o caso de Bolsonaro à prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que, naquele episódio, se tratava de medida cautelar. “Aqui é prisão com trânsito em julgado. Ele era chefe de organização criminosa. O ministro Alexandre de Moraes foi muito flexível ao deixá-lo na sede da Polícia Federal.”

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