
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que, apesar do desemprego nacional ter atingido o menor nível da série histórica, o Nordeste ainda enfrenta taxas mais altas. Segundo ele, o governo trabalha para “dividir o desenvolvimento por todo o Brasil”. A afirmação foi feita durante entrevista ao Balanço Geral, concedida nesta terça-feira (2/12) em Pernambuco.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Segundo Lula, o plano de ação passa pela Nova Indústria Brasil e por políticas que descentralizem investimentos, garantindo que estados nordestinos recebam a mesma atenção que os grandes centros. “Não queremos deixar as regiões brasileiras desiguais como sempre foram. Queremos criar oportunidades para todos os estados”, declarou.
Ao responder sobre a recuperação mais lenta do mercado de trabalho no Nordeste, o presidente citou uma série de obras e programas em andamento. Entre eles, a instalação de novas indústrias — incluindo o polo automotivo em Fortaleza —, a abertura de um Instituto Federal em Goiânia e a expansão de hospitais na região.
Em Pernambuco, o petista afirmou que o Minha Casa, Minha Vida já soma quase R$ 3 bilhões em investimentos, com 79 mil novas casas em execução e outras 10 mil recuperadas. “É isso que gera emprego: investimento. Dinheiro na mão do povo gira a economia”, disse.
Ele reforçou a lógica que repete desde os primeiros mandatos: “Se eu dou um milhão para uma pessoa só, ela guarda o dinheiro no banco. Se eu divido entre 100 pessoas, cada uma compra comida, roupa, calçado. A economia começa a girar”.
Ao comentar o aumento na oferta de serviços de saúde, o presidente destacou que o programa Mais Médicos voltou a crescer fortemente. No estado, o número de profissionais subiu de 874 em 2022 para 1.700 em 2025, um salto de 97%.
“Isso significa melhoria da qualidade de vida para o povo mais pobre”, disse Lula, citando ainda a aquisição de 8% da nova frota de ambulâncias odontológicas, equipadas com tecnologia 3D para tratamentos dentários completos dentro das unidades móveis. “É tratar o povo com decência, respeito e dignidade.”
Distribuição de renda
O presidente voltou a defender políticas de distribuição de renda como fator de dinamização econômica. Para ilustrar, lembrou que em 2010 — último ano de seu segundo mandato — o Brasil cresceu acima de 3% e vendeu 3,6 milhões de carros. Quando retornou ao governo, em 2023, encontrou o mercado reduzido a 1,6 milhão.
“Agora já estamos chegando a 2,2 milhões e vamos recuperar”, afirmou. “Se o dinheiro circular, todo mundo compra alguma coisa. E quem ganha com isso é o rico, porque é ele quem produz geladeira, televisão, micro-ondas.”
Lula também rebateu críticas históricas a programas sociais voltados aos mais pobres, como o Luz para Todos. Segundo ele, quem afirma que a política “é só para pobre” não entende o impacto econômico. “Quando você coloca luz na casa da pessoa, a primeira coisa que ela faz é comprar geladeira, televisão, liquidificador. Quem lucra? A indústria, o empresário.”
O chefe do Executivo encerrou a entrevista destacando a recuperação econômica após sua volta ao governo. Segundo ele, o país já retornou à 10ª maior economia do mundo e deve alcançar a 8ª posição em breve. “Meu sonho é que, continuando nesse ritmo, o Brasil chegue à sexta economia do mundo”, afirmou. “Esse país vai mudar. Vai mudar muito, muito, muito.”
Com as obras em andamento e a promessa de mais investimentos na indústria, habitação e saúde, o presidente ressaltou que o Nordeste deve ser protagonista na retomada do crescimento. “Estamos vivendo a maior criação de empregos da história do Brasil”, concluiu Lula.
Saiba Mais

Política
Política
Política