
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, criticou nesta quarta-feira (10/12) as agressões ocorridas ontem (9) na Câmara dos Deputados e a aprovação, na madrugada de hoje, do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que beneficia os condenados pela tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Segundo Gleisi, a aprovação do texto é um "grave retrocesso" motivado pelos interesses da família Bolsonaro e pela oposição, e ameaça novamente a democracia.
"As agressões sem precedentes contra parlamentares, jornalistas e servidores na Câmara marcaram, na noite de ontem, a aprovação pela maioria de um grave retrocesso. O chamado projeto da dosimetria fragiliza a legislação de defesa da democracia e desafia as decisões do STF no julgamento dos golpistas, que ainda nem foi concluído", escreveu a ministra em suas redes sociais.
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"Este é o resultado de interesses políticos entre a família Bolsonaro e os caciques da oposição ao governo. E quem vai pagar o preço dessa grande chantagem é o país, nossas instituições e nossa democracia, mais uma vez ameaçada pelo golpismo", acrescentou.
As agressões sem precedentes contra parlamentares, jornalistas e servidores na Câmara marcaram, na noite de ontem, a aprovação pela maioria de um grave retrocesso. O chamado projeto da dosimetria fragiliza a legislação de defesa da democracia e desafia as decisões do STF no…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 10, 2025
O PL da Dosimetria foi votado na calada da noite, aprovado às 2h34, após um dia de confusão na Casa Baixa. O texto foi pautado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), em movimento que foi amplamente criticado pela base governista.
Dia de violência na Câmara
A votação ocorreu horas após cenas de agressão a parlamentares e jornalistas, que receberam socos, chutes e empurrões por parte da Polícia Legislativa, que carregava, também à força, o deputado federal Glauber Braga (PSol-SP).
Glauber ocupou a cadeira de Motta em protesto contra seu pedido de cassação, que também foi pautado pelo presidente da Casa. Segundo a Polícia Legislativa, a ordem para remover jornalistas do Plenário foi dada pelo próprio Motta, que nega a decisão. Além disso, o sinal da TV Câmara foi cortado.

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