
Depois de ocupar a cadeira do presidente da Câmara — e ser removido violentamente na noite de terça-feira — em protesto contra o PL da Dosimetria e o tratamento que considerou desigual pelos pares, o deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) escapou da cassação. Em votação no Plenário, ontem, a Casa decidiu por 318 x 141 que ele ficará seis meses afastado das funções.
O destino de Glauber parecia selado na noite de terça-feira, quando ocupou a cadeira de Hugo Motta (Republicanos-PB) e fez uma série de críticas ao atual presidente da Câmara e a seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), de quem é desafeto pessoal. O parlamentar do PSol foi arrancado à força da Mesa Diretora, o plenário foi fechado e a transmissão da TV Câmara tirada do ar. Ao ser conduzido pelos seguranças da Casa, ainda houve agressões a jornalistas e deputados que acompanhavam Glauber.
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O deputado teve a cassação aprovada pelo Conselho de Ética da Casa em 9 de abril por 13 x 5. Pelo relatório de Paulo Magalhães (PSD-BA), Glauber quebrou o decoro parlamentar ao agredir Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) dentro da Câmara.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP), integrante do MBL, pediu a cassação de Glauber e disse que livrá-lo da cassação significa legalizar a possibilidade de amanhã ele atacar qualquer um. "Se a gente vai normalizar um parlamentar poder dar um chute, dentro desta Casa, numa outra pessoa, expulsar desta Casa um cidadão a pontapés, então, tudo bem. Se essa será a nova regra, e ele será salvo em razão de ter feito isso, amanhã, quando eu o fizer com alguém, não vou querer que nenhuma reclamação seja feita", disse o deputado.
Segundo Glauber, "para defender minha família sou capaz de muito mais do que um chute na bunda. Todas as vezes que eu lembro da minha mãe, me emociono (o militante do MBL teria feito um comentário grosseiro sobre a mãe do deputado). Minha mãe é uma mulher honrada que cavou o chão com as unhas. Aquele pobre diabo, que por sete vezes me atacou em espaços públicos e na quinta vez falou o que falou da minha mãe, não sabia o que estava dizendo", salientou Glauber.
Por conta das agressões do dia anterior, a deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) anunciou que acionará a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Hugo Motta em função das agressões que ela, Glauber — com quem é casada — e a deputada Célia Xakriabá (PSol-MG) sofreram de policiais legislativos.
Letícia Corrêa — Estagiária sob supervisão de Fabio Grecchi
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Wal Lima
Repórter de PolíticaJornalista com mais de 10 anos de experiência, com especialização em Marketing Político Digital. Além da experiência em redação e portais, já atuei como assessora de comunicação de parlamentares na Câmara dos Deputados. Tenho o jornalismo como uma missão

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