
Em negociação há quase três décadas, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia deve ser assinado em 20 de dezembro, na Reunião de Cúpula dos Chefes de Estado do bloco, em Foz do Iguaçu (PR). A confirmação da reunião foi dada pelo Palácio do Planalto, em nota divulgada nesta quinta-feira (11/12). Na véspera da assinatura (19/12), haverá uma reunião ordinária do Conselho do Mercado Comum, além de encontros entre ministros de Relações Exteriores e da Economia dos países do Mercosul, além dos presidentes dos respectivos Bancos Centrais.
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O encontro, ainda neste ano, dos representantes dos dois blocos comerciais, estava ameaçado por falta de datas livres na agenda dos presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Paraguai, Santiago Peña. Também esbarrava na resistência de alguns países europeus, capitaneados pela França. Havia na mesa a proposta de adiar a cúpula do Mercosul para janeiro do ano que vem, mas as diplomacias atuaram para fechar essa questão ainda neste ano.
Para o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Mario Lubetkin, o acordo permitirá que a UE exporte mais veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas para a América Latina, em troca de facilitar a entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa. "Neste contexto internacional, entrar em uma nova fase UE-Mercosul é chave para os dois (blocos), e seria muito negativo se algo diferente da assinatura acontecesse”, disse o chanceler à Agência France-Presse (AFP).
A expectativa da Comissão Europeia — braço executivo da UE — é que, entre 17 e 19 de dezembro, todos as 27 países-membros do bloco europeu autorizem o acordo. Com relação às críticas da França sobre as salvaguardas da produção agrícola francesa, Lubetkin disse que a UE vai reforçar o controle sobre as exportações agrícolas, para tentar convencer a França a apoiar o acordo comercial. A AFP informou que Paris exigiu reforço dos controles de comércio exterior, principalmente de resíduos de pesticidas, para reconsiderar sua posição.
Em novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na África do Sul, que o acordo sairia ainda neste ano, apesar da resistência de alguns países europeus. "É um acordo que envolve praticamente 722 milhões de habitantes, e US$ 22 trilhões de PIB (Produto Interno Bruto). É uma coisa extremamente importante. Possivelmente seja o maior acordo comercial do mundo. Depois que assinar o acordo, vai ter ainda muita tarefa para a gente poder começar a usufruir das benesses desse acordo. Mas vai ser assinado", enfatizou.
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