Comércio Exterior

Acordo Mercosul-União Europeia será assinado na semana que vem

Há três décadas em negociação, abertura de mercados entre os dois blocos comerciais será formalizada em Foz do Iguaçu, em 20 de dezembro. Antes, os 27 países do bloco europeu terão que aprovar o documento

Acordo comercial entre Mercosul e União Europeia será assinado em Foz do Iguaçu, após quase três décadas de negociações -  (crédito: DINO)
Acordo comercial entre Mercosul e União Europeia será assinado em Foz do Iguaçu, após quase três décadas de negociações - (crédito: DINO)

Em negociação há quase três décadas, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia deve ser assinado em 20 de dezembro, na Reunião de Cúpula dos Chefes de Estado do bloco, em Foz do Iguaçu (PR). A confirmação da reunião foi dada pelo Palácio do Planalto, em nota divulgada nesta quinta-feira (11/12). Na véspera da assinatura (19/12), haverá uma reunião ordinária do Conselho do Mercado Comum, além de encontros entre ministros de Relações Exteriores e da Economia dos países do Mercosul, além dos presidentes dos respectivos Bancos Centrais.

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O encontro, ainda neste ano, dos representantes dos dois blocos comerciais, estava ameaçado por falta de datas livres na agenda dos presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Paraguai, Santiago Peña. Também esbarrava na resistência de alguns países europeus, capitaneados pela França. Havia na mesa a proposta de adiar a cúpula do Mercosul para janeiro do ano que vem, mas as diplomacias atuaram para fechar essa questão ainda neste ano.

Para o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Mario Lubetkin, o acordo permitirá que a UE exporte mais veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas para a América Latina, em troca de facilitar a entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa. "Neste contexto internacional, entrar em uma nova fase UE-Mercosul é chave para os dois (blocos), e seria muito negativo se algo diferente da assinatura acontecesse”, disse o chanceler à Agência France-Presse (AFP).

A expectativa da Comissão Europeia — braço executivo da UE — é que, entre 17 e 19 de dezembro, todos as 27 países-membros do bloco europeu autorizem o acordo. Com relação às críticas da França sobre as salvaguardas da produção agrícola francesa, Lubetkin disse que a UE vai reforçar o controle sobre as exportações agrícolas, para tentar convencer a França a apoiar o acordo comercial. A AFP informou que Paris exigiu reforço dos controles de comércio exterior, principalmente de resíduos de pesticidas, para reconsiderar sua posição.

Em novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na África do Sul, que o acordo sairia ainda neste ano, apesar da resistência de alguns países europeus. "É um acordo que envolve praticamente 722 milhões de habitantes, e US$ 22 trilhões de PIB (Produto Interno Bruto). É uma coisa extremamente importante. Possivelmente seja o maior acordo comercial do mundo. Depois que assinar o acordo, vai ter ainda muita tarefa para a gente poder começar a usufruir das benesses desse acordo. Mas vai ser assinado", enfatizou.

 

 

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postado em 11/12/2025 14:06
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