
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou, na semana passada, para os presidentes da Venezuela, Nicolas Maduro, e dos Estados Unidos, Donald Trump. As ligações ocorreram em meio à ameaça de conflito entre os dois países. Trump, que acusa Maduro de comandar uma ditadura e um cartel do tráfico de drogas, tem ordenado ações contra navios petroleiros venezuelanos.
A ligação, segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência da República confirmou nesta quinta-feira (11/12), durou pouco tempo. Com Maduro, Lula conversou sobre "paz na América do Sul e Caribe", segundo o Planalto, mas não marcaram futuras reuniões presenciais ou a distância.
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Embora o Planalto tenha confirmado o contato com Maduro e informado o tema da conversa, detalhes como dia e a duração exata da comunicação entre os líderes não foram divulgados. Já na ligação que Lula fez a Trump, na última terça-feira (2/12), falaram sobre negociações para o fim do tarifaço de 50% a todas as exportações do Brasil para os EUA. “Lula indicou ter sido muito positiva a decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa adicional de 40% imposta a alguns produtos brasileiros, como carne, café e frutas”, disse o Planalto, em nota, sobre a conversa.
O presidente também comentou sobre essa ligação para a Casa Branca na abertura da Caravana Federativa, em Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira. Segundo ele, Trump foi comunicado sobre a importância do "multilateralismo" e a pretenção brasileira em não desejar guerras na América Latina.
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"O unilateralismo que o presidente Trump deseja é que aquele mais forte determina o que os outros vão fazer. É sempre a lei do mais forte", disse Lula, para acrescentar sobre o tema da paz no continente: "Falei: 'Ô, Trump, nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz'", frisou.
Segundo Lula, Trump respondeu ter "mais armas, mais navios e mais bomba". "(Eu) falei: 'Mas, cara, eu acredito mais no poder da palavra do que no poder da arma. Vamos tentar utilizar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão, para a gente fazer as coisas certas. Vamos acreditar que a palavra é, diplomaticamente, a coisa mais forte que a gente tem para resolver os problemas'", relatou.

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