Congresso

Zambelli afirma que renúncia é "registro histórico" após decisão do STF

Em carta à Câmara, deputada diz que não houve provas para cassação e que saída do cargo busca reduzir tensão institucional

Carla Zambelli fugiu para a Itália após se condenada a 10 anos de prisão em regime fechado -  (crédito: Lula Marques/ Agência Brasil)
Carla Zambelli fugiu para a Itália após se condenada a 10 anos de prisão em regime fechado - (crédito: Lula Marques/ Agência Brasil)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apresentou neste domingo (14/12) carta de renúncia ao mandato à Presidência da Câmara dos Deputados, dois dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar a perda de seu cargo. No documento, endereçado ao presidente da Casa, Hugo Motta, a parlamentar afirma que a decisão não representa “medo, fraqueza ou desistência”, mas um “registro histórico” diante do que classifica como conflito institucional entre os Poderes.

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Na carta, Zambelli ressalta ter sido eleita com 946.244 votos e afirma falar em nome de seus eleitores. A deputada diz que a Câmara exerceu plenamente sua competência constitucional ao analisar o caso, com base no artigo 55 da Constituição, e sustenta que o procedimento legislativo observou o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.

A parlamentar menciona relatório elaborado na Comissão de Constituição e Justiça que, segundo ela, apontou inexistência de provas jurídicas para a cassação do mandato. Zambelli afirma ainda que o Plenário da Câmara, ao não deliberar pela perda do cargo, teria reconhecido a ausência de fundamento jurídico para suprimir o mandato conferido pelo voto popular.

No texto, a deputada critica a decisão posterior do STF que determinou a perda do mandato, afirmando que houve afastamento do resultado do procedimento conduzido pelo Parlamento. Para Zambelli, o episódio evidencia a necessidade de respeito aos limites entre os Poderes e à autonomia do Legislativo.

A defesa da deputada afirmou que a renúncia “contribui para reduzir a tensão institucional” e foi adotada de boa-fé. Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, a decisão também busca preservar direitos da parlamentar e fortalecer sua posição no processo de extradição em curso no exterior, além de evitar o agravamento de um conflito de natureza constitucional.

 

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postado em 14/12/2025 18:18
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