CPI DO CRIME ORGANIZADO

Garotinho acusa esquema de arrecadação e laranjas na Alerj

Ex-governador do Rio de Janeiro afirmou que possui provas e que está disposto a dizer tudo que sabe

As declarações foram dadas nesta terça-feira (16/12), durante oitiva da da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do crime organizado -  (crédito: Vanilson Oliveira/CB/D.A Press)
As declarações foram dadas nesta terça-feira (16/12), durante oitiva da da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do crime organizado - (crédito: Vanilson Oliveira/CB/D.A Press)

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho não poupou palavras para acusar o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), de suposto esquema de fraude e enriquecimento ilícito. As declarações foram dadas nesta terça-feira (16/12), durante oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do crime organizado que investiga a atuação de organizações criminosas e suas possíveis conexões com o poder público.

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Segundo Garotinho, haveria um modelo estruturado de arrecadação, com registros informais e distribuição diferenciada de valores. Ele afirmou que o presidente da Alerj, preso recentemente, acusado de vazar informações para beneficiar o ex-colega TH Joias, mantém uma agenda com detalhes dos repasses. “O Rodrigo Bacellar arrecada. Isso vai aparecer na agenda. R$ 400 mil, Educação, entregue ao Vinícius. Isso está registrado e vai aparecer na agenda do Bacellar”.

O ex-governador também afirmou que parte das supostas irregularidades pode ser identificada pelo crescimento patrimonial que é incompatível com os rendimentos dos envolvidos. “Uma parte grande disso é visível pelo enriquecimento ilícito. O patrimônio não corresponde à renda”.

Garotinho afirmou ainda que o suposto esquema envolveria o uso de intermediários para ocultação de patrimônio. “O principal laranja dele, não tenho dúvida, é um advogado chamado Jansen. Esse Jansen comprou duas coberturas em Botafogo, de frente para o Palácio da Prefeitura, e o Rodrigo Bacellar paga”.

Sobre os valores apreendidos na casa de Bacellar, ele afirmou que a Polícia Federal não teria localizado mais recursos por conta da titularidade formal dos imóveis. “Se a Polícia Federal não achou mais dinheiro hoje é porque não foi a uma das casas que não estava no nome dele, mas no nome do irmão dele, que é outro grande laranja”, declarou. Segundo ele, o imóvel estaria localizado em uma região conhecida como Granja Corrientes.

O Correio entrou em contato com o gabinete do presidente da Alerj,  mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação do parlamentar.

A CPI do Crime Organizado foi instalada para apurar a atuação de facções criminosas, suas fontes de financiamento, a expansão territorial e eventuais vínculos com agentes públicos. Bacellar será convocado para prestar depoimento.

 

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postado em 16/12/2025 18:58
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