
O advogado Frederick Wassef foi condenado pela 3ª Vara Criminal de Brasília, nesta quarta-feira (17/12), a 1 ano e 9 meses de prisão, em regime aberto, por injúria racial. A condenação se refere a denúncia de uma funcionária de uma pizzaria, no Setor de Clubes Sul, que foi chamada pelo advogado da família Bolsonaro de “macaca” após ele reclamar que a comida "não estava boa". O caso ocorreu em novembro de 2020.
O juiz também determinou ainda o pagamento de R$ 6 mil, corrigido desde a sentença, com juros desde 2020, relativos ao dano moral para a vítima.
"Sem dúvida, algumas expressões carregam em si um significado ofensivo inequívoco. A expressão 'macaca' — tão bem retratada na prova oral — carrega intenso desprezo e escárnio. A palavra proferida é suficiente para retratar a intenção lesiva do réu", disse o juiz Omar Dantas Lima.
No processo, Wassef negou todas as ofensas repetidas vezes e ainda pode recorrer da decisão. O juiz, no entanto, ressaltou que a palavra da vítima tem valor para embasar a condenação, além de testemunhas que corroboram o caso. Ele destacou, que “algumas expressões carregam em si um significado ofensivo inequívoco”.
A vítima, identificada como Danielle da Cruz de Oliveira, à época com 18 anos, disse à Polícia Civil do Distrito Federal que foi chamada de "macaca" após Wassef reclamar da pizza. Segundo ela, o advogado disse: "Você é uma macaca! Você come o que te derem."
A funcionária do estabelecimento também relatou que ele frequentava o estabelecimento regularmente, e era conhecido por agir de forma “arrogante” e por ofender os trabalhadores. A Polícia Civil concluiu que Wassef praticou os crimes de injúria racial e racismo. O Ministério Público do Distrito Federal concordou e denunciou o advogado à Justiça.
Por meio de nota, Wassef declarou que a vítima “fingiu ser negra” e que ele é alvo de “farsa e armação”. Segundo o advogado, ele apresentou testemunhas que não tiveram depoimentos levados em consideração pelo juiz.
“Eu fui absolvido pelo crime de racismo, a pedido do próprio Ministério Público, que antes me denunciou, pois a própria testemunha da acusação, na frente do juiz e da promotora, admitiu que não era verdade a acusação e que era mentira o que constava em seu depoimento, bem como o que foi dito por Danielle, a moça branca que fingiu ser negra e vítima, e que eu nunca chamei ninguém de negra ou macaca”, disse. “O juiz julgou contra as provas concretas, inequívocas e incontestáveis do processo, ignorando a verdade fática e real, incorrendo em grave erro judicial”, acrescentou.

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