Em reportagem publicada nesta segunda-feira (1º/12), o jornal britânico Financial Times credita ao próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e os próprios filhos a situação em que se encontra o movimento bolsonarista: "Em apuros".
O jornal destaca a prisão de Bolsonaro "por conspiração para um golpe" e o sofrimento enfrentado pelos "herdeiros políticos" com os "erros cometidos por eles mesmos". Por esses fatores, o bolsonarismo se enfraqueceu, segundo destaca, e, por isso, a direita brasileira busca agora um novo líder para as eleições presidenciais de 2026. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é a melhor opção, de acordo com a reportagem.
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Um dos pontos negativos destacados pelo veículo inglês como responsáveis pelo enfraquecimento foi a atitude de Eduardo Bolsonaro em "buscar ajuda em Washington". A missão "fracassou espetacularmente". "(...) quando Bolsonaro enfrentou julgamento no Brasil, seu filho, o deputado Eduardo, fez lobby em seu nome nos EUA, resultando em tarifas comerciais que irritaram a classe empresarial brasileira e expuseram Eduardo a acusações em seu país. A campanha não conseguiu impedir a prisão de seu pai", afirma o jornal.
Também foram citadas as tentativas de salvar Bolsonaro da prisão, em que "apelos para o presidente dos Estados Unidos (Donald Trump) provaram ser desastrosas". Além disso, uma figura importante "de uma das principais instituições financeira do Brasil, entrevistada pelo jornal, mas não identificada, coloca os erros cometidos pela família como responsáveis por destruir "significativamente sua imagem política". Disse, além disso, que o ato de Eduardo de buscar intervenção dos EUA é "absolutamente repreensível".
A reportagem também destaca a capacidade de Tarcísio de Freitas, apontado como principal sucessor do ex-presidente, como falante da "língua da Faria Lima". Mas que, apesar disso, só se candidatará se puder contar com o apoio de Bolsonaro.
Tarcísio teria, no entanto, a missão de enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial, segundo o Financial Times. O desafio poderia ser ainda maior, já que a economia brasileira apresenta "bom desempenho, com forte crescimento do emprego e dos salários, além de sua baixa dependência do mercado americano ter protegido o país dos piores efeitos das tarifas impostas por Trump."
A melhor estratégia seria focar a campanha no combate ao crime e na melhora da segurança pública, os "pontos fracos de Lula". “Se a eleição fosse daqui a dois meses, Lula venceria. Mas ainda falta quase um ano”, afirma a reportagem.
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