O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou, nesta quinta-feira, a Superintendência da Polícia Federal e seguiu em comboio oficial até o Hospital DF Star, onde foi internado para realizar uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral, marcada para esta quinta-feira. Foi a primeira vez que o ex-chefe do Executivo saiu da prisão desde o fim de novembro. O trajeto, de cerca de um quilômetro e meio, ocorreu sob escolta de viaturas da Polícia Federal, da Polícia Militar e da Polícia Penal, em operação montada por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A chegada ao hospital ocorreu por volta das 9h30, e o desembarque foi feito pela garagem, como ordenou Moraes. Pelo menos dois policiais federais permanecerão posicionados na porta do quarto, além de equipes no interior e no entorno da unidade — conforme determinou o ministro. O ingresso de celulares, computadores e quaisquer dispositivos eletrônicos no quarto foi proibido, e toda visita dependerá de autorização judicial.
A internação foi autorizada na terça-feira, após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) e laudo pericial da Polícia Federal, que atestou a necessidade do procedimento cirúrgico.
Na decisão, Moraes permitiu apenas a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como acompanhante, de acordo com as regras hospitalares. Filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador Carlos Bolsonaro (PL) tiveram o pedido de acesso negado e aguardam nova deliberação do STF para eventuais visitas.
Enquanto o pai dava entrada no hospital, Carlos Bolsonaro ficou do lado de fora da unidade. Ele afirmou que tentaria ao menos vê-lo a distância. "Estou em um espaço público, vou tentar olhar para ele. É o que me resta fazer. Para mim, isso é um presente de Natal", disse.
Segundo ele, a defesa ainda tenta reverter a restrição para permitir a presença dos filhos no período pós-operatório.
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Do ponto de vista médico, a equipe que acompanha Bolsonaro classificou a cirurgia como um procedimento padronizado. O cirurgião Claudio Birolini, que acompanha o ex-presidente, explicou que a operação deve durar de três a quatro horas e que a previsão é de cerca de cinco dias de internação. Embora tenha ponderado que toda cirurgia envolve riscos, o médico afirmou que o quadro atual é menos complexo do que intervenções anteriores enfrentadas pelo ex-presidente.
"É um procedimento eletivo, muito mais simples do que a cirurgia de abril, que ocorreu em um cenário de emergência, em um abdome já bastante operado", argumentou.
Esta será a oitava cirurgia de Bolsonaro desde o atentado a faca sofrido durante a campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora (MG). Desde então, ele passou por uma série de procedimentos relacionados a complicações intestinais e aderências abdominais. Agora, o foco é a correção de uma hérnia inguinal bilateral, diagnosticada por perícia da Polícia Federal.
Pouco depois da chegada do ex-presidente ao DF Star, Michelle Bolsonaro publicou nas redes sociais que já estava no hospital para acompanhar o marido. Na mensagem, pediu orações. "Chegando ao DF Star para acompanhar a internação do meu amor. Peço intercessão e orações por ele e por toda a equipe médica", escreveu. A ex-primeira-dama também informou que ficará sem celular durante a permanência no quarto, em razão das restrições impostas pela decisão judicial.
A data do procedimento foi definida de forma a permitir que Bolsonaro passe a noite de Natal com Michelle no hospital. Apesar disso, a rotina do ex-presidente seguirá rigidamente controlada pela PF. Ele permanecerá sob vigilância 24 horas por dia, e qualquer alteração no regime de visitas ou de acompanhamento dependerá de autorização expressa do Supremo Tribunal Federal.
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