Neurônios em dia

Efeito Mozart no controle de crises epilépticas: verdade ou mito?

A origem dessa crença começou após a observação de que, quando ouviam o primeiro movimento da Sonata K 448, estudantes apresentavam um incremento cognitivo transitório na inteligência espacial

Ricardo Teixeira*
postado em 16/03/2023 17:43 / atualizado em 16/03/2023 17:43
 (crédito: fot@austrai.info)
(crédito: fot@austrai.info)

Há décadas nos deparamos com notícias de que há um efeito protetor contra crises epiléticas quando se ouve Mozart, especificamente a Sonata K 448 em Ré Maior. Será que isso tem algum fundamento? Pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, país em que Mozart nasceu, acabam de publicar uma análise de todos os relatos científicos sobre o tema, mostrando que não há evidência confiável de que o fenômeno realmente exista na epilepsia ou em qualquer outra condição clínica. O estudo foi publicado pela Scientific Reports do grupo Nature.

Especula-se que a música de Mozart tenha efeitos positivos não só para a espécie humana, mas também para animais e até microrganismos. Poderia promover a inteligência de humanos adultos, crianças e até fetos. Fala-se que as vacas têm maior produção de leite e as bactérias tratam melhor o esgoto quando em ambiente com a Sonata K 448. A origem dessas ideias começou após a observação, na década de 1990, de que estudantes quando ouviam o primeiro movimento da sonata apresentavam um incremento cognitivo transitório na inteligência espacial, fato não comprovado por estudos posteriores. Uma indústria de produtos de músicas clássicas para o cérebro surge.

Todas essas promessas não têm sido confirmadas pela boa ciência, ou seja, por meio de metodologia robusta que permita chegar a conclusões de real associação entre uma coisa e outra. Mas uma coisa é certa: para muitos, a música de Wolfgang Amadeus é um bálsamo para a alma que poderia trazer benefícios em algumas doenças. O atual estudo sugere que isso ainda não pôde ser comprovado com segurança.

* Dr. Ricardo Teixeira é doutor em neurologia pela Unicamp e diretor do Instituto do Cérebro de Brasília

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