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Veja as características de uma alimentação saudável

icionista destaca componentes de uma dieta balanceada e alerta para o risco de fake news sobre os alimentos

A alimentação saudável envolve fatores culturais e benefícios científicos (Imagem: Rawpixel.com | Shutterstock) -  (crédito: EdiCase)
A alimentação saudável envolve fatores culturais e benefícios científicos (Imagem: Rawpixel.com | Shutterstock) - (crédito: EdiCase)

Preocupação de 80% dos brasileiros – segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) –, a alimentação saudável está entre as temáticas mais pesquisadas no Google e pauta inúmeros debates, desde a esfera acadêmica até a mídia e as conversações cotidianas. Mas o que seria, de fato, uma alimentação saudável? 

A Prof. Dra. Silvia Cozzolino, nutricionista, professora titular aposentada da Universidade de São Paulo e membro do comitê científico consultor do ILSI Brasil – International Life Sciences Institute do Brasil, explica que o conhecimento científico sobre o desenvolvimento do ser humano tem mostrado benefícios que podem ser obtidos por meio da alimentação. Afirma, porém, ser preciso ter em vista que as dietas são fatores culturais, que passam de geração a geração e possuem diferentes efeitos sobre diferentes organismos.

“Baseados em estudos sobre a longevidade de alguns grupos populacionais, se procurou conhecer seus hábitos alimentares e se esses seriam responsáveis pelas melhores condições de saúde e de vida como um todo. Foi assim que, até os dias atuais, o padrão alimentar que mais se tem destacado é o da dieta mediterrânea, que está baseada no maior consumo de vegetais, frutas, legumes, peixe, aves, ovos, leite e nozes, e em menores quantidades de carne vermelha”, explica.

Dietas baseadas em vegetais

As dietas exclusivamente vegetais têm ganhado popularidade, mas também gerado debates entre pesquisadores sobre seus impactos na saúde. “A indicação de dietas baseadas apenas em vegetais tem levado muitos cientistas a estudarem o impacto dessa dieta na saúde dos indivíduos em diferentes regiões do planeta, com resultados nem sempre auspiciosos, mostrando que essa dieta pode levar a deficiências principalmente de micronutrientes”, destaca a acadêmica em seu artigo Desvendando a Complexidade da Dieta Saudável: Entre Tradições e Ciência publicado pelo ILSI.

Conforme aborda a profissional, a temática da alimentação saudável vai além do estabelecimento de uma dieta padronizada. “Podemos indicar que uma dieta mais rica em frutas e verduras para a população brasileira – que, em geral, tem pouca ingestão desses alimentos – seria importante, assim como diminuir o consumo de carne que, em geral, é alto. Mas, e se considerarmos que o churrasco é um hábito cultural comum a todas as classes sociais do país e que aproxima famílias e amigos em momentos de descontração? Esse momento – compartilhado com moderação – não se torna mais saudável para a saúde mental da nossa população?”, embora possa ser indicada com moderação, questiona a nutricionista.

Mulher apoiada em bancada em cozinha comendo comida saudável em um bowl
Uma alimentação saudável deve considerar aspectos sociais, culturais e individuais relacionados aos alimentos (Imagem: Josep Suria | Shutterstock)

Aspectos de uma alimentação saudável

De acordo com a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, uma alimentação saudável deve ser baseada em práticas alimentares que assumam a significação social e cultural dos alimentos como fundamento básico conceitual.

Assim, conforme a pasta, é fundamental resgatar práticas e estimular a produção e o consumo de alimentos saudáveis regionais, sempre levando em consideração os aspectos comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares.

Nesse sentido, a Dra. Silvia Cozzolino endossa que uma “alimentação saudável” não é a mesma para todos e deve ser avaliada com apoio profissional antes da adoção de qualquer dieta. “A indicação de uma dieta saudável deve ser feita para cada indivíduo baseada em suas condições de saúde ou de doença, com uma composição balanceada entre proteínas, gorduras e carboidratos, e ainda que proporcione as quantidades adequadas de minerais, vitaminas, compostos bioativos e fibras”, explica.

Risco de conteúdos nas mídias sociais

A profissional ressalta também o risco de se basear apenas em conteúdos de mídias sociais para elaborar uma dieta. Essa é uma prática que tem se tornado comum com a popularização de receitas fáceis em vídeos curtos – fontes de informação para mais de 60% da população brasileira, segundo a Associação de Jornalismo Digital (AJOR).

“Podemos considerar que, na atualidade, os indivíduos estão cada vez mais confusos com tantas informações veiculadas nas mídias sociais, indicando que tal alimento faz mal e outros são superalimentos, quando, na verdade, cada alimento tem o seu propósito. Por exemplo, as gorduras – tão criticadas pelos influencers fitness – são necessárias para o nosso organismo. É importante haver um balanço em nossos hábitos sempre. Costumo dizer que não existe alimento ruim, mas qualquer um pode se tornar, caso seja consumido em excesso”, finaliza.

Por Milena Almeida

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Redação EdiCase
postado em 18/07/2024 16:37
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