Em 29 de agosto é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma data dedicada a conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo e apoiar a luta contra esse vício. No cenário atual, a campanha ganha uma relevância ainda maior, especialmente na orientação dos jovens sobre os impactos do uso do tabaco, tanto em sua forma convencional quanto nos dispositivos eletrônicos, como os cigarros eletrônicos (também conhecidos como “vapes” e “pods”)
De acordo com o Ministério da Saúde e o Inquérito Nacional sobre Uso de Drogas entre Adolescentes (2023), aproximadamente 1 em cada 4 jovens brasileiros com idades entre 18 e 24 anos (24,6%) já experimentaram cigarros eletrônicos, mesmo com sua venda proibida no Brasil.
Esse número reflete um crescimento em relação ao ano anterior, quando a estatística era de 20,3%. Este aumento significativo em um curto período alerta para a necessidade de intensificação das ações de prevenção e conscientização.
Perigos do cigarro eletrônico
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) reforça que a toxicidade dos cigarros eletrônicos pode ser tão prejudicial quanto a dos cigarros tradicionais. Esses dispositivos contêm substâncias químicas tóxicas, incluindo metais pesados como chumbo, níquel e cádmio, prejudiciais à saúde, conforme destacado pelo Ministério da Saúde.
Fernanda Toledo, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, explica que os cigarros eletrônicos são dispositivos alimentados por bateria que diferem dos cigarros convencionais em diversos aspectos.
“O tabagismo convencional envolve a queima do tabaco, liberando uma ampla gama de substâncias químicas nocivas, incluindo alcatrão, monóxido de carbono e outros compostos carcinogênicos. Em contrapartida, os ‘vapes’, embora não queimem tabaco, contêm nicotina, que pode acelerar o metabolismo e afetar diretamente o sistema cardiovascular e o sistema nervoso central”, esclarece.
Doenças causadas pelo uso de cigarros eletrônicos
A enfermeira alerta que os cigarros eletrônicos podem levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias, como enfisema pulmonar, cardiovasculares, dermatites e até câncer. “Sintomas de alerta para os jovens consumidores incluem tosse persistente, dor no peito, falta de ar, náuseas, vômitos, dores abdominais e perda de peso”, adverte.
Fernanda Toledo também destaca que o uso contínuo do “vape” pode agravar condições crônicas. “O vapor liberado pelos dispositivos pode provocar sintomas tanto de enfisema quanto de bronquite crônica, compondo a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Estudos também indicam que o uso de cigarros eletrônicos aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias, como a asma”, alerta.
Busque ajuda profissional
A profissional recomenda que aqueles que desejam abandonar o tabagismo procurem ajuda profissional. “É fundamental escolher um método de cessação adequado para cada caso, decidindo se a interrupção será imediata ou gradual, definindo prazos e preparando-se para possíveis sintomas durante o processo, como ganho de peso, abstinência e recuperação. Para um sucesso duradouro, é importante incorporar atividades físicas diárias e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cafeinadas”, finaliza.
Por Bianca Lodi Rieg
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