
Durante 12 dias, o setor de artesanato movimenta a economia criativa de Pernambuco e ajuda no processo de transformação financeira de mais de 5 mil artesãos do Brasil. A Feira Nacional de Negócios do Artesanato, a Fenearte, não só faz parte do calendário oficial de eventos do estado como está na agenda do pernambucano e do turista, que desde a última quarta-feira (9/7) invadem o pavilhão de exposições do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.
“Nos primeiros quatro dias de feira, já quebramos um recorde atrás do outro de público”, celebra a presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Ana Luiza Ferreira. Tudo leva a crer que os 320 mil visitantes registrados em 2024 serão ultrapassados nesta 25ª edição, que segue até o próximo domingo (20/7).
Para Ana Luiza, estamos vivendo um momento muito interessante para a economia criativa, especialmente no Nordeste brasileiro. “Há 25 anos, quando a feira começou, a gente tinha uma percepção muito preconceituosa do Nordeste, que ainda persiste para uma boa parte, mas que vem se superando. Naquela época, o foco da economia era todo voltado para a indústria, era criar polo industrial. Hoje, a gente vê que a indústria já não emprega mais tanto quanto naquela época”, justifica.
Assim, Pernambuco segue com uma economia criativa pulsante, apesar de ainda carecer de números que comprovem esse crescimento, já que boa parte do setor ainda segue na informalidade. “A gente evoluiu com a sociedade, e passou a ver a economia criativa como, de fato, um potencial promissor.”
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Tradição
E a Fenearte é um retrato disso. O impacto econômico na edição do ano passado chegou a R$ 108 milhões, com uma aprovação de 98,6% do público geral. São 700 pontos de comercialização e mais de 5 mil artesãos presentes. Ana Luiza lembra que muitos artesãos e, suas famílias, passam o ano se preparando para a Fenearte. “Há um boom na vida dessas pessoas durante a Fenearte, muita gente se sustenta o ano inteiro com o que vendeu aqui.” O grande desafio é orientar esses artesãos a administrar as finanças.
Além da grandiosidade dos números, a Fenearte é um evento que faz parte da agenda do pernambucano e de forasteiros, já que há um incremento do setor turístico do estado durante a realização da feira. A 25ª edição faz uma homenagem às feiras livres de todo o Estado, pois foram nelas onde os primeiro artesãos puderam mostrar as suas artes e delas sobreviverem, como os mestres do barro em Caruaru; os loiceiros e os seus utilitários; os artesãos da cestaria em palha; o vestuário em couro e em renda; e os brinquedos de madeira e de pano.
Logo na entrada do espaço, a Alameda dos Mestres recebe o visitante com os estandes de 63 mestras, mestres e herdeiros de grandes mestres pernambucanos. Há ainda os salões de Arte Popular Ana Holanda, Arte Popular Religiosa, Artes Sustentáveis e Pernambuco Faz Design, que estreia nesta edição com mobiliários e objetos criados por designers pernambucanos, e a exposição do Programa Pernambuco Artesão.
A moda autoral de Pernambuco também ganhou espaço com desfiles da criação dos estilistas locais e de estudantes de moda selecionados por meio de concursos. Há ainda a realização de diversas oficinas e aulas de gastronomia, que terão como tema a farinha de mandioca. Para quem estará em Pernambuco até o próximo domingo, fica a dica.
A jornalista viajou a Pernambuco a convite da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe)
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