
Por Graça Seligman / especial para o Correio
O tênis está em alta, tanto no Brasil quanto no mundo, sendo considerado um dos esportes mais saudáveis, capaz de adicionar até 10 anos à expectativa de vida de seus praticantes. Em Brasília, essa tendência não é diferente. Recentemente, o US Open, realizado em Flushing Meadows, Nova York, atraiu mais de um milhão de espectadores. Entre os destaques, o jovem goiano Guto Miguel, de apenas 16 anos, brilhou ao chegar às semifinais do torneio de juniores, colocando-se entre os quatro melhores da categoria. Guto treina no Iate Clube de Brasília sob a orientação dos treinadores Santos Dumont e Kike Grangeiro.
Outro nome que representou Brasília no Aberto dos Estados Unidos foi Pedro Chabalgoity, filho de Carlos e sobrinho de Claudinha, ambos brasilienses e campeões em suas épocas. A capital federal tem uma rica história no tênis. Quando o presidente Juscelino Kubitschek reservou uma área para o Iate Clube às margens do Lago Paranoá, um grupo de entusiastas, incluindo Alcides Frias, Sylvio Pedroza e Montory Mury, construiu a primeira quadra da cidade. Desde então, muitos campeões surgiram nas quadras de Brasília, como os irmãos Chabalgoity, Ricardo Acioly, a família Grangeiro, Aílton Borges, Antônio Amaro, Rodrigo Starling, e os Dumont, entre tantos outros.
- Crônica Cidade Nossa: Novo desafio
- Crônica: Lá se vão 40 anos, e parece que foi ontem!
- Crônica: Brasília além dos estereótipos
A expansão do tênis em Brasília deve muito a treinadores, como Guido Santos, que foi atraído pela Academia de Tênis criada pelo médico e empresário José Farani no final dos anos 1960. Hoje, o esporte está presente em todos os clubes do Distrito Federal, embora ainda faltem quadras públicas. O circuito de seniores também é forte na cidade, com Hayrton Ferreira, ex-treinador de Carlos Chabalgoity, sendo o segundo melhor jogador do mundo aos 80 anos, e o coronel Amadeu Façanha, diretor de tênis do Clube do Exército, que ocupou a terceira posição mundial em sua categoria.
A popularização do tênis nas escolas públicas é um desafio que começou a ser enfrentado durante a gestão da senadora Leila Barros (PDT), a Leila do Vôlei, como secretária de Esporte do GDF. O projeto Rede Tênis Brasil, coordenado pelo professor Wellington Dantas, está introduzindo o esporte aos estudantes da rede pública.
Com uma história tão rica, o tênis em Brasília só precisava de ídolos nacionais para se tornar uma febre novamente. Esse fenômeno pode ser atribuído ao surgimento de estrelas como Bia Haddad Maia, entre as 20 melhores tenistas do mundo; e o jovem João Fonseca, de 19 anos, já entre os 40 melhores jogadores do planeta.
Saiba Mais
Com todo esse entusiasmo, conseguir uma hora de aula ou uma quadra para jogar em Brasília está cada vez mais difícil. É o preço a pagar em uma cidade que abraçou o tênis com paixão, atraindo jogadores de todas as idades, dos 8 aos 80 anos, todos correndo atrás da bolinha amarela.
Graça Seligman é jornalista e fotógrafa
Revista do Correio
Revista do Correio
Revista do Correio
Revista do Correio
Revista do Correio
Revista do Correio