
Para quem vive nas grandes cidades e está inserido na rotina urbana desses centros urbanos, muitas vezes é difícil conciliar uma alimentação saudável. Uma alternativa criativa para driblar o problema pode ser a criação de hortas caseiras em pequenos espaços como varandas, janelas e até mesmo dentro de casa, com as chamadas plantações indoor.
Em entrevista ao Correio, a bióloga e professora do Centro Universitário de Brasília Karoline Torezani explica que com alguns cuidados especiais é possível colher vegetais sem agrotóxicos de forma prática, e sem precisar sair de casa.
Um dos fatores que facilitam uma horta indoor é a tecnologia. Irrigação, iluminação e até mesmo temperatura podem ser controlados remotamente, através do celular. Isso faz com que o cultivo indoor se torne uma opção interessante para aqueles que têm uma rotina corrida.
Já para quem quer optar por uma horta mais simples e em pequenos espaços é preciso ficar de olho na hidratação das hortaliças principalmente em locais de clima seco. “O ideal é tocar o solo, se estiver muito seco, é hora de molhar um pouco mais”, explica a bióloga.
Também é preciso ter cuidado com as pragas que podem atingir as plantações e acabar matando as hortaliças. Karoline alerta que alguns dos principais invasores são os pulgões, pequenos insetos que sugam a seiva das plantas. Ela reforça também que alguns insetos podem trazer benefícios para a plantação. “A joaninha é um predador voraz e ajuda no controle biológico. Ela é como uma guardiã da horta”.
A professora conta que além de ter produtos orgânicos livre de agrotóxicos sempre a mão, fatores como o prazer de acompanhar o crescimento das plantas e os inúmeros benefícios para saúde que esses alimentos trazem. “É uma experiência única, preparar um molho e ir até à horta buscar o manjericão fresco, por exemplo, é algo impagável. A horta também traz um cantinho verde para dentro de casa, o que melhora o bem-estar”, destaca.
Para aqueles que estão iniciando no mundo das hortas caseiras, Karoline dá algumas dicas importantes para os primeiros passos. O ideal é começar com plantas mais simples, que precisem de menos cuidado e possam ser cultivadas praticamente em qualquer espaço. Alguns exemplos disso são o manjericão, alecrim e a hortelã que crescem relativamente rápido e são usados diariamente nas cozinhas.
Cebola, tomate-cereja e algumas pimentas são alguns exemplos de alimentos que também podem ser cultivados em pequenos espaços, desde que recebam alguns cuidados especiais como: evitar uma exposição de mais de cinco horas no sol durante o dia e ventilação e rega ideais.
Outro ponto importante é escolher um recipiente e uma localização ideal para o cultivo. O vaso, independente do tamanho precisa ter furos no fundo, para que a água da rega possa ser drenada, já o local, é ideal que seja em um espaço arejado, que receba luz pelo menos quatro horas por dia.
Os cuidados com o solo também são importantes, verificar se a terra está úmida leve e esponjosa, evitando o acúmulo de água. “O solo precisa estar sempre úmido, mas não encharcado, por isso a rega deve ser regular, ainda mais em períodos secos”, pontuou Karoline.
Confira algumas dicas de como fazer sua própria horta
- Escolher um local com boa ventilação e sol de 4 a 5 horas por dia. Lugares como sacada, janela ou até na cozinha, sempre perto da luz.
- Comece a horta com temperos fáceis, como manjericão, alecrim, hortelã ou orégano.
- Use vasos com drenagem, eles precisam ter furos no fundo para não acumular água e apodrecer as raízes.
- Prepare ou compre uma terra própria para hortas. Ela deve ser leve, esponjosa e deixar a água escorrer sem encharcar.
- Regue na medida certa. Toque o solo, se estiver seco, é hora de molhar. Em épocas de clima seco, aumente a frequência.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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